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Explosão deixa 29 mortos em centro de revolta na Nigéria

Ataque ocorreu na cidade do nordeste nigeriano de Maiduguri, centro de uma revolta islâmica no país


	Militares na Nigéria: ataque representa um revés para a repressão militar do presidente Goodluck Jonathan
 (Getty Images)

Militares na Nigéria: ataque representa um revés para a repressão militar do presidente Goodluck Jonathan (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2014 às 17h24.

Maiduguri - Pelo menos 29 pessoas foram mortas nesta terça-feira na explosão de um carro-bomba na cidade do nordeste nigeriano de Maiduguri, centro de uma revolta islâmica no país maior produtor de petróleo da África, disseram policiais e testemunhas.

Ninguém assumiu a responsabilidade pela explosão, mas a seita militante Boko Haram, fundada na cidade, tem atacado repetidamente escolas e instalações militares e do governo, em meio à repressão do Exército à rebelião de quatro anos do grupo.

O ataque representa um revés para a repressão militar do presidente Goodluck Jonathan, que tinha conseguido temporariamente impedir ataques do Boko Haram em áreas rurais.

A bomba, plantada em um táxi riquexó de três rodas, explodiu no lado de fora das instalações da TV estatal por volta de 13h30, disseram testemunhas à Reuters.

"O ataque aconteceu logo atrás do muro do meu escritório. Contei 29 corpos, incluindo duas crianças e uma mãe. Muitos outros ficaram gravemente feridos", disse Abba Kankami, um jornalista que trabalhava no escritório da televisão estatal.

Outra testemunha, Baba Shiek, disse que contou 30 corpos.

O porta-voz militar Muhammad Dole disse em um comunicado que soldados detiveram uma pessoa suspeita de estar por trás do que ele chamou de "atos odiosos e covardes".

O comissário de polícia do Estado de Borno, Lawan Tanko, disse que 17 pessoas foram confirmadas mortas, mas que o número final de vítimas fatais poderia ser maior.

"Eu vi dois garotos no chão com os corpos cortados em pedaços. Dois outros carros pegaram fogo imediatamente. Eu corri porque havia muito sangue", declarou Aisha Hassan, uma testemunha, à Reuters.

Soldados dispararam tiros para cima para dispersar a multidão antes de isolar ruas em torno do local da explosão, afirmaram testemunhas.

Dezenas de jovens, alguns com facões, protestaram nas ruas depois do ataque, acusando os políticos de não conterem a violência na cidade.

A seita radical luta para criar um Estado islâmico num país dividido igualmente entre muçulmanos e cristãos.

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