Degelo na região do Ártico: Rota do Mar do Norte ao longo da costa da Rússia pode reduzir a distância entre portos asiáticos e o norte da Europa em 40 por cento (NOOA)
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2014 às 13h30.
Tromsoe - Novas regras de transporte estão prestes a ser acordadas para o Ártico, onde o gelo marinho encolheu em cerca de dois terços nas últimas três décadas, abrindo um novo oceano com vastos recursos naturais.
Nações marítimas estão perto de um acordo para o chamado Código Polar com o objetivo de melhorar segurança, levando a prêmios de seguro mais baixos, o que ajuda a aumentar o tráfego, disseram membros da indústria.
Estima-se que cerca de um décimo do petróleo do mundo e um terço do gás desconhecido estejam sob as águas do Ártico.
A Rota do Mar do Norte ao longo da costa da Rússia pode reduzir a distância entre portos asiáticos e o norte da Europa em 40 por cento.
A minuta do código poderá ser finalizada por membros da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês) nesta semana e entrar em vigor em 2016, terminando anos de atrasos, afirmou o diretor-geral da Associação dos Armadores da Noruega, Sturla Henriksen.
Apenas 71 navios cruzaram a Rota do Mar do Norte no ano passado, em comparação com o total de 18 mil que passaram pelo Canal de Suez, mas cerca de um mil embarcações adentraram a zona do alto Ártico, com boa parte do crescimento desta navegação proveniente de atividade de petróleo e gás, especialmente na Rússia.
Segundo as regras atuais, qualquer navio que se desloca para o alto Ártico --definido como acima de 72 graus ao norte-- tem de concordar em uma política separada com sua seguradora, de condições únicas negociadas para cada navio e cada viagem.
"O Código Polar é um bom passo à frente, nós vamos apoiá-la, mas é apenas um passo, não podemos parar agora", disse um representante uma empresa norueguesa de seguro marítimo.
Se o projeto for aprovado nesta semana, poderá obter uma aprovação final antes do final do ano e entrar em vigor de 18 a 24 meses depois.
O código não trata do problema de descarga de água dos navios, que muitas vezes introduz espécies não nativas para a região e continua a permitindo às embarcações usar combustível pesado, um risco para a contaminação de águas em caso de acidentes.