Soldados tailandeses fazem guarda durante um pequeno protesto em Bangcoc (Nicolas Asfouri/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2014 às 07h01.
Bangcoc - A nova junta que governa a Tailândia advertiu nesta sexta-feira que vai bloquear os conteúdos críticos ao golpe militar, que incitem à violência nas redes sociais e que vai perseguir os autores dos comentários, segundo um dos boletins transmitidos pela televisão.
A Junta pediu "a cooperação dos operadores das redes sociais e de todos os envolvidos com o objetivo de impedir as mensagens que incitem à violência, critiquem o Conselho e violem as leis".
"Suspenderemos o serviço imediatamente se encontramos a violação destas normas e perseguiremos os responsáveis", acrescentou a mensagem.
A censura nas redes sociais se soma ao bloqueio da transmissão de emissoras locais e internacionais, como a "BBC" e a "CNN", e das estações de rádio.
Segundo os militares, essas medidas foram tomadas para garantir que a população seja informada com as "notícias corretas".
O diretor de programação da televisão local "PBS" foi detido ontem à noite após transmitir um boletim de notícias através do YouTube.
O general Prayuth assumiu todo o poder ontem após considerar que as tentativas de um acordo entre o Executivo interino e os manifestantes antigovernamentais fracassaram.
Nas horas seguintes, o general decretou o toque de recolher, proibiu as reuniões públicas e suspendeu a Constituição.
O golpe militar põe fim a oito meses de manifestações antigovernamentais que deixaram 28 mortos e mais de 800 feridos.
Este é o 12º golpe de Estado bem sucedido cometido pelos militares na Tailândia, de um total de 19 tentativas, desde a queda da monarquia absolutista em 1932.
O último golpe ocorreu em 2006, quando o primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck, foi deposto também em um contexto de grandes manifestações.
Os golpistas de então revogaram a Constituição e redigiram outra, que foi aprovada em um referendo. Em seguida, realizaram eleições no final de 2007.