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Exército sírio reforça Alepo para batalha decisiva

Enquanto os combates explodem em Alepo, a Turquia anunciou nesta quarta-feira que fechou sua fronteira com a Síria para o comércio

Homem anda sobre destroços após ataque na Síria: o norte da Síria, especialmente a província de Idlib está sendo palco dos mais pesados e constantes embates (Umit Bektas / Reuters)

Homem anda sobre destroços após ataque na Síria: o norte da Síria, especialmente a província de Idlib está sendo palco dos mais pesados e constantes embates (Umit Bektas / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2012 às 19h25.

Damasco - Dezenas de tanques do governo sírio estão chegando na cidade de Alepo nesta quarta-feira para tentar cumprir as ordens do presidente Bashar Assad de expulsar definitivamente os rebeldes, que há cinco dias tentam tirar o controle da maior cidade do país das mãos do regime.

Enquanto os combates explodem em Alepo, a Turquia anunciou nesta quarta-feira que fechou sua fronteira com a Síria para o comércio, encerrando uma relação que chegou a valer $ 3 bilhões. No entanto, a passagem de civis que fogem da violência ou estão em busca de suprimentos ainda será permitida. Em outro golpe contra o governo sírio, dois diplomatas desertaram nesta quarta-feira, o mais recente sinal de fraqueza no alto escalão do regime de Assad.

Lutas intensas tomam as ruas de Alepo desde sábado. Os rebeldes conseguiram aos poucos ir avançando de bairros simpáticos à sua causa em direção ao centro histórico da cidade. Apesar do governo ter empregado seu poder de fogo superior, incluindo helicópteros de ataque e caças, suas forças ainda não conseguiram expulsar os rebeldes.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos, baseado em Londres, disse que os helicópteros dispararam contras as vizinhanças causando mortes e ferimentos, em lutas que começaram na noite de terça-feira e continuaram nesta manhã.

"Estamos esperando um grande ataque contra Alepo", afirmou o ativista local Mohammed Saeed, via Skype. Ele explica que 80 tanques foram avistados na zona rural sendo transportados em direção à cidade. "As pessoas estão com medo de serem atingidas por bombardeios aleatórios e estão fugindo."

Alepo é um centro comercial onde vivem 2,5 milhões de pessoas. Até a semana passada, ela havia sido poupada da violência que aflige a Síria desde que a revolta começou, em março de 2011.

O regime precisou de dias para controlar a situação em Damasco após os rebeldes terem realizado um ataque similar na semana passada, e só conseguiu a vitória com a ajuda de bombardeios de artilharia e helicópteros.

O norte da Síria, especialmente a província de Idlib, próxima de Alepo, está sendo palco dos mais pesados e constantes embates, e grande partes da zona rural está sob controle da oposição.

O Exército é capaz de derrotar qualquer ataque dos rebeldes se concentrar suas forças, mas as tropas estão espalhadas por todo o país, ocupadas nos combates em lugares como as cidades de Homs e Hama na região central, Deir el-Zour no oeste, Daraa no sul e Idlib no norte. Agora, a intenção parece ser utilizar força total contra a oposição em Alepo. As informações são da Associated Press e Dow Jones.

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