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Exército sírio realiza ampla ofensiva perto de aeroporto

Neste mesmo momento, grande parte do país está isolada do mundo, sem telefone ou internet, com os militantes acusando o regime de preparar um "massacre"


	Rebelde observa uma rua destruída de Alepo durante conflitos com o exército sírio em 26 de novembro
 (AFP)

Rebelde observa uma rua destruída de Alepo durante conflitos com o exército sírio em 26 de novembro (AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2012 às 19h31.

Damasco - O Exército sírio lançou nesta quinta-feira uma vasta ofensiva a leste de Damasco, principalmente ao longo da estrada que leva ao aeroporto, que as forças militares indicaram que está "em segurança" nesta noite, enquanto as companhias aéreas mantinham a suspensão de seus voos para a capital síria.

Neste mesmo momento, grande parte do país está isolada do mundo, sem telefone ou internet, com os militantes acusando o regime de preparar um "massacre" e as autoridades afirmando que "trabalhos de manutenção" estavam por trás desta pane.

Estas operações ocorrem no momento em que o emissário internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, afirmava no Conselho de Segurança da ONU que uma "nova Síria" deve emergir do conflito que assola o país há 20 meses.

Enquanto isso, os combates se concentram na periferia de Damasco. Os travados esta manhã foram os mais violentos registrados na região desde meados de março de 2011, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

O Exército mobilizou grandes reforços para tentar manter o controle da capital e retomar totalmente suas imediações em um raio de oito quilômetros, segundo uma fonte de segurança.

A imprensa oficial indicou que o Exército havia matado vários "terroristas", termo utilizado pelo regime para designar os rebeldes.

Desde o início do dia, as autoridades bloqueiam a estrada que liga Damasco ao aeroporto em razão da violência na região, segundo o OSDH, enquanto a aviação bombardeava áreas de pomares em torno da capital, onde há rebeldes.

A companhia aérea Emirates, de Dubai, anunciou a suspensão "até nova ordem" de seus voos para Damasco, enquanto a EgyptAir suspendeu um voo marcado para sexta-feira em razão da falta de segurança e da interrupção de seus contatos com seu escritório na Síria.


Mais a oeste, os rebeldes lançaram uma ofensiva contra a base de Wadi Deif, um dos últimos locais controlados pelo Exército na região.

Os insurgentes tinham em seu poder 40 mísseis terra-ar, segundo o jornal americano Washington Post, que cita autoridades de serviços de inteligência ocidentais e do Oriente Médio, indicando que essas armas, que poderão mudar o curso dos combates na Síria, haviam sido fornecidas recentemente pelo Qatar. Os rebeldes dizem ter obtido os mísseis nas bases do Exército conquistadas por eles.

Nesta quinta-feira, de acordo com um registro provisório, 59 pessoas, incluindo 34 civis, morreram na Síria, segundo o OSDH, que contabilizou mais de 40.000 mortos desde o início de uma revolta popular, em março de 2011.

Enquanto não há sinais de que a violência vá perder intensidade, Brahimi deu a entender que o presidente sírio deve renunciar.

Evocando "a urgência absoluta" de um cessar-fogo no país, ele ressaltou que a Síria deve ser monitorada por uma grande missão de observação. "Um cessar-fogo não poderá ocorrer se não for monitorado intensamente, o que, acredito, necessitará de uma missão de manutenção da paz", declarou.

Ainda no plano diplomático, o governo da Espanha reconheceu a Coalizão de Oposição síria como "representante legítima do povo sírio", assim como haviam feito Londres, Paris, Ancara e os Estados do Golfo.


A ONG Campanha Internacional pela Proibição de Minas (ICBL) acusou o governo sírio de ser o único no mundo a utilizar minas antipessoais este ano, enquanto a organização Human Rights Watch (HRW) denunciou a utilização pelos rebeldes de crianças para transportar armas, equipamentos ou fazer vigilância.

Além disso, em um novo vídeo, a jornalista ucraniana Ankhar Kochneva, sequestrada por rebeldes no início de outubro, afirmou que foi enviada para a Síria pela inteligência russa, em declarações provavelmente feitas sob coação.

Um médico britânico, Abbas Khan, que operava nos hospitais de campanha dos rebeldes no norte do país foi preso pelas forças do regime, de acordo com o OSDH, que insiste que ele não era "um combatente rebelde nem um jihadista".

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