Rebeldes enfrentam as forças do regime sírio no bairro de Al-Mashad, na cidade de Alepo: na segunda-feira, 190 pessoas morreram na Síria (Aris Messinis/AFP)
Da Redação
Publicado em 28 de agosto de 2012 às 09h14.
Beirute - O Exército sírio bombardeou durante a madrugada a periferia leste de Damasco, depois da abertura de uma nova frente de batalha nos bairros da região, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Na segunda-feira, 190 pessoas (116 civis, 40 rebeldes e 34 soldados) morreram na Síria, 60 delas na província de Damasco, segundo a ONG com sede em Londres.
O OSDH informou sobre intensos bombardeios nos bairros de Zamlaka, Qabun, Jobar e Ain Tarma.
Na segunda-feira, os rebeldes do Exército Sírio Livre (ESL) afirmaram ter derrubado um helicóptero das Forças Armadas no bairro de Qabun durante violentos bombardeios e combates na zona.
Depois de ter iniciado uma grande ofensiva na periferia sudoeste de Damasco na semana passada, e de ter cometido um "massacre" em Daraya, o Exército estabeleceu como objetivo a zona rural próxima de Damasco pela área leste, afirmaram fontes rebeldes.
O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallen, acusou os Estados Unidos de estimularem os rebeldes contra o regime de Bashar al-Assad, em uma entrevista ao jornal britânico The Independent.
Para o chanceler, os americanos usam a Síria para contra-atacar a influência do Irã no Oriente Médio e exageram as capacidades nucleares de Teerã para vender armas aos países do Golfo.
Muallem citou um estudo recente, do americano Brookings Institute, que, segundo ele, concluiu que "se você deseja conter o Irã deve começar por Damasco".
"Emissários ocidentais nos disseram, no início da crise, que as relações entre Síria e Irã, Síria e Hezbollah (Líbano), Síria e Hamas (palestino) são os elementos principais por trás da crise", destacou.
"Mas ninguém nos disse o motivo da proibição da Síria ter relações com o Irã, quando a maioria, nem todos, dos países do Golfo têm relações muito importantes com o Irã", completou.
O chefe da diplomacia síria também acusou Washington de apoiar a ofensiva militar rebelde com equipamentos de telecomunicações, o que para ele significa apoiar o terrorismo.
Walid Muallem também negou os temores de um possível uso de armas químicas pelo regime de Assad.