Síria: o maior número de mortos, 655, foi causado pelos bombardeios de aviões russos e sírios (Abdalrhman Ismail / Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de julho de 2016 às 08h21.
Beirute - O Comando Geral das Forças Armadas sírias anunciou nesta quarta-feira uma trégua de 72 horas em todo o país, que ainda não foi confirmada pela oposição e que coincide com a festividade do "Eid ul-Fitr", que põe fim ao mês sagrado muçulmano do Ramadã.
Em comunicado divulgado por meios de comunicação oficiais sírios, o Exército explicou que "o regime de calma" começou às 1h local (19h, em Brasília, de 5 de julho) de 6 de julho.
No entanto, o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abdul Rahman, disse à Agência Efe que na prática espera-se que a cessação das hostilidades entre em vigor a partir das 13h de hoje (7h, em Brasília), já que desde a passada meia-noite houve ataques em distintas partes do país.
Durante o mês passado do Ramadã, pelo menos 1.138 civis perderam a vida, dos quais 249 eram menores de idade e 123 eram mulheres, de acordo os números do Observatório.
O maior número de mortos, 655, foi causado pelos bombardeios de aviões russos e sírios.
Outras 45 pessoas morreram assassinadas pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI); enquanto 108 morreram pela artilharia governamental; 26 por torturas em prisões do regime; 35 pelos ataques aéreos da coalizão internacional antijihadista; e 98 pelo impacto de foguetes de facções armadas opositoras.
Além disso, outros 17 civis morreram por fogo da guarda fronteiriça turca; 44 em atentados com carros-bomba e de suicidas com cinturões de explosivos; 4 pela falta de remédios e alimentos; 14, por disparos das Forças da Síria Democrática (FSD); 91 por motivos desconhecidos; e um por tortura de grupos islâmicos.
Abdul Rahman explicou que "esta é a primeira trégua deste tipo que entra em vigor em todo o território sírio desde o começo do conflito" em 2011.
Em fevereiro passado, Rússia e Estados Unidos acordaram um cessar-fogo na Síria, que excluía as áreas sob o controle do EI e da Frente al Nusra -filial da Al Qaeda no país- e que se iniciou em 27 desse mês.
Tanto o governo de Damasco como a Comissão Suprema para as Negociações (CSN), principal aliança opositora, aceitaram essa medida, que, no entanto, fracassou pela continuação da violência em distintas partes da Síria, especialmente em Aleppo.