Síria: atualmente, o EI controla apenas algumas cidades e pequenas localidades (Rodi Said/Reuters)
AFP
Publicado em 9 de novembro de 2017 às 10h39.
O Exército sírio anunciou nesta quinta-feira (9) ter retomado o controle total de Bukamal, última cidade nas mãos do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria.
"As unidades das nossas Forças Armadas, em cooperação com as forças aliadas, libertaram a cidade de Bukamal", afirma o Exército em um comunicado.
Na véspera, as tropas sírias e seus aliados conseguiram entrar nessa cidade localizada no leste do país.
Após ter recuado na província de Deir Ezzor diante da ofensiva do governo e de outra executada por uma coalizão curdo-árabe, os extremistas se entrincheiraram em Bukamal, perto da fronteira com o Iraque.
No começo de novembro, o EI tinha perdido a cidade de Deir Ezzor, capital da província homônima e última grande cidade sob seu controle na Síria e no Iraque. Foi recuperada por Damasco com o apoio crucial do aliado russos, iraniano e do Hezbollah libanês.
Apesar de Bukamal ser uma cidade menor do que Deir Ezzor, sua retomada priva o EI da última região urbana de seu "califado", autoproclamado em 2014 nos amplos territórios conquistados entre Iraque e Síria - e que agora desaparece.
Apoiadas nas últimas semanas por bombardeios intensos da aviação militar russa, as tropas sírias avançaram para Bukamal do sul e do oeste.
Ao leste, do outro lado da fronteira, forças iraquianas encurralaram o EI em uma zona fronteiriça.
Atualmente, o EI controla apenas algumas cidades e pequenas localidades e pelo menos um campo petrolífero na província de Deir Ezzor.
Nos últimos meses, o EI sofreu sucessivas derrotas na Síria e no Iraque, onde as forças iraquianas agora precisam recuperar apenas a localidade de Rawa e seus arredores desérticos na província ocidental de Al Anbar, na fronteira com a Síria, para expulsar os extremistas do país.
Deflagrado com manifestações reprimidas pelo govern Bashar al-Assad, o conflito na Síria se tornou uma complexa guerra com múltiplos atores estrangeiros. Mais de 330.000 pessoas morreram, e milhões de sírios se viram obrigados a abandonar suas casas.