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Exército sírio afirma que Damasco está livre do Estado Islâmico

sta é a primeira vez que a capital síria fica totalmente sob o controle do governo do presidente Bashar Assad desde o início da guerra civil, em 2011

Damasco: general ressaltou que as operações foram "concentradas e sucessivas" e culminaram com a derrota do extremistas na cidade (Omar Sanadiki/Reuters)

Damasco: general ressaltou que as operações foram "concentradas e sucessivas" e culminaram com a derrota do extremistas na cidade (Omar Sanadiki/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de maio de 2018 às 18h35.

Por AP

Beirute - As forças militares da Síria afirmaram que os últimos bairros de Damasco que estavam sob domínio do Estado Islâmico (EI) foram retomados nesta segunda-feira, 21, acrescentando que os arredores da capital estão "completamente seguros".

O general Ali Mayhoub leu um comunicado, transmitido pela televisão estatal, e afirmou que o Exército havia retomado os redutos do EI em Yarmouk e Hajar al-Aswad, depois de uma campanha que durou um mês.

O general ressaltou que as operações foram "concentradas e sucessivas" e culminaram com a derrota do extremistas na cidade.

Esta é a primeira vez que a capital síria fica totalmente sob o controle do governo do presidente Bashar Assad desde o início da guerra civil, em 2011. "Damasco e seus arredores estão completamente seguros", disse Mayhoub.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), grupo que monitora o conflito, disse que cerca de 1,6 mil pessoas, incluindo centenas de militantes do EI, deixaram as áreas no sábado e no domingo. De acordo com o OSDH, as forças de Assad agora verificam o campo de refugiados próximo a Yarmouk, uma área residencial.

De acordo com a TV estatal, uma autoridade militar síria disse que uma trégua de dois dias foi estabelecida para retirar mulheres, crianças e idosos na noite de domingo em Hajar al-Aswad. O militar também negou que um acordo tenha sido feito para permitir a saída dos combatentes do EI.

A investida em Hajar al-Aswad e Yarmouk veio depois que as forças do governo retomaram os últimos subúrbios nas regiões sul e leste de Damasco, o que aumentou o poder de Assad no país.

"A organização terrorista Daesh foi eliminada em Hajar al-Aswad", disse um soldado sírio não identificado à TV estatal, usando a sigla em árabe para se referir ao EI. "Vamos continuar marchando até liberarmos todas as partes da Síria."

O regime de Assad obteve ganhos significativos desde 2015, quando os russos lançaram uma campanha aérea em seu apoio. Em dezembro de 2016, forças do governo retomaram vizinhanças em bairros orientais na cidade de Alepo, no norte do país, marcando a maior vitória do presidente desde o início do conflito.

Em março e abril, milhares de combatentes da oposição se renderam e foram retirados de Ghouta Oriental, nos subúrbios de Damasco, após esmagadora ofensiva do governo.

Pouco antes do meio-dia desta segunda, quando a trégua acabou em Hajar al-Aswad, aviões de guerra atacaram as posições do EI na vizinhança, enquanto tropas começaram a avançar pelo local. S

Segundo o OSDH, militantes do EI incendiaram seus escritórios e veículos para que os soldados não conseguissem apreender equipamentos ou documentos pertencentes ao grupo.

Os extremistas já foram expulsos de quase todos os territórios que chegaram a dominar na Síria e no Iraque, mas ainda mantêm presença remota em áreas ao longo da fronteira entre os dois países.

Tanto Rússia como Irã fornecem apoio militar crucial às forças de Assad, dando vantagem às investidas do governo durante a guerra civil.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse ao colega sírio, durante reunião na semana passada, que um acordo político na Síria poderia encorajar outros países a retirarem suas tropas do país.

O enviado de Putin à Síria, Alexander Lavrentyev, disse que o líder russo estava se referindo às tropas iranianas. No entanto, Teerã rejeitou a ideia nesta segunda, dizendo que suas forças serão mantidas na Síria e continuarão a lutar contra o terrorismo a pedido do governo sírio.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Bahram Ghasemi, disse que ninguém pode forçar Teerã a fazer algo que não queira. "Nossa presença na Síria tem como base um pedido do governo sírio e o Irã continuará a fornecer seu apoio enquanto (o governo sírio) quiser", ressaltou.

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