Nesta fotografia de pool distribuída pela agência estatal russa Sputnik, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, participa de uma reunião com o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Russas, Valery Gerasimov (Alexander Kazakov/AFP)
Redação Exame
Publicado em 26 de abril de 2025 às 09h58.
Última atualização em 26 de abril de 2025 às 10h30.
O chefe do Estado-Maior do Exército russo, Valery Gerasimov, anunciou neste sábado, 26, que seus soldados recuperaram o controle do oblast (região administrativa) russo de Kursk, parcialmente controlado pelas tropas ucranianas desde sua ofensiva nessa zona fronteiriça em agosto de 2024.
"Hoje, a última cidade no território do oblast de Kursk, a aldeia de Gornal, foi liberada das unidades ucranianas", declarou Gerasimov durante uma reunião por vídeo com o presidente russo, Vladimir Putin.
"A aventura do regime de Kiev fracassou completamente", afirmou Putin, em uma sequência divulgada pela televisão estatal russa.
Gerasimov, por sua vez, parabenizou os combatentes norte-coreanos por ajudarem as tropas russas a recuperar Kursk.
"Os soldados e oficiais do exército norte-coreano que lutaram ao lado dos militares russos demonstraram grande profissionalismo, resistência, coragem e heroísmo ao repelir a invasão ucraniana", disse a Putin.
O exército ucraniano, por sua vez, desmentiu a versão de Moscou e assegurou que suas tropas continuam lutando nessa zona fronteiriça onde Kiev lançou uma ofensiva em agosto de 2024.
"As declarações dos dirigentes inimigos sobre a 'derrota' das tropas ucranianas não passam de truques propagandísticos", declarou o Estado-Maior ucraniano em um comunicado.
"A situação operacional é difícil, mas nossas unidades continuam mantendo suas posições", acrescentou o órgão, segundo a AFP.
Os soldados ucranianos lançaram uma ofensiva em Kursk em agosto de 2024, em resposta à ofensiva lançada por Moscou na Ucrânia em fevereiro de 2022, surpreendendo as tropas russas e tomando mais de 1.000 quilômetros quadrados.
Mas, ao longo do mês de março, os soldados de Moscou conseguiram reconquistar amplas áreas da zona.
Neste sábado, em Roma, antes do funeral do papa Francisco, os presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia, Donald Trump e Volodymyr Zelensky, fizeram uma reunião.
Os presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelensky, durante conversa na Basílica de São Pedro, no Vaticano (Presidência da Ucrânia/AFP)
Os dois falaram por cerca de 15 minutos, segundo a Casa Branca. De acordo com comunicados dos dois governos, as conversas foram "produtivas". O porta-voz de Zelensky, Serhiy Nykyforov, disse que haverá uma segunda conversa entre eles ainda neste sábado.
Esse foi o primeiro encontro das autoridades desde a reunião beligerante que fizeram na Casa Branca em fevereiro.
"Boa reunião. Discutimos muito individualmente. Espero resultados em tudo o que abordamos. Proteger a vida do nosso povo. Cessar-fogo total e incondicional. Paz confiável e duradoura que impeça o surgimento de outra guerra", escreveu Zelensky no X, antigo Twitter. "Uma reunião muito simbólica que tem potencial para se tornar histórica, se alcançarmos resultados conjuntos."
Trump tem pressionado Zelensky a aceitar um acordo de paz com a Rússia, que pode envolver perda de territórios da Ucrânia, algo que o líder ucraniano se recusa. No entanto, a Ucrânia depende de ajuda financeira e militar dos EUA para se manter na guerra, e Trump tem poder para reduzi-la.
Nesta semana, o líder americano disse à revista "Time" que a Crimeia, área anexada pela Rússia em 2014, deveria ficar sob controle de Moscou.
Com AFP