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Exército retira minas das cidades conquistadas do Mali

Os soldados começaram a evacuar para a capital Bamaco as armas e munições abandonadas pelos insurgentes islamitas


	Soldados franceses caminham em base aérea de Bamaco: as Forças Armadas prometeram que "qualquer soldado que cometer abusos contra a população civil será julgado"
 (Eric Feferberg/AFP)

Soldados franceses caminham em base aérea de Bamaco: as Forças Armadas prometeram que "qualquer soldado que cometer abusos contra a população civil será julgado" (Eric Feferberg/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2013 às 11h37.

Bamako - Os soldados franceses e malinenses começaram nesta quarta-feira a retirar as minas das cidades recentemente conquistadas no Mali e a evacuar para a capital Bamaco as armas e munições abandonadas pelos insurgentes islamitas.

As tropas dos dois países procuram por armas em Diabali (nordeste), uma localidade retomada na segunda-feira das mãos dos islamitas pelo exército malinense com apoio das tropas francesas.

A aviação francesa também bombardeou o palácio que o ex-líder líbio Muamar Kadhafi construiu em Timbuctu, no norte, e que os islamitas da Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI) utilizavam como quartel-general. O palácio foi destruído, segundo fontes francesas.

Timbuctu, 900 km a nordeste de Bamaco, é uma capital histórica da cultura muçulmana na África e está na lista do patrimônio mundial da Unesco.

Os islamitas destruíram vários mausoléus de santos muçulmanos e lapidaram e amputaram membros de seus habitantes.

Nos últimos dias, várias fontes informaram sobre o recuo dos islamitas para Kidal, no extremo nordeste do Mali, a 1.500 km de Bamaco, na fronteira com a Argélia.

Na frente diplomática, doze dias depois do início das operações francesas, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, parabenizou a corajosa intervenção francesa no Mali.


Mas, ao mesmo tempo, manifestou seu temor pelo impacto das operações militares nos civis e no respeito aos direitos humanos.

A França assegura que não há nenhum indício sobre abusos contra a comunidade tuaregue e árabe por parte das forças malinenses, ao contrário de algumas informações da imprensa.

Em Bamaco, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas malinenses prometeu que "qualquer soldado que cometer abusos contra a população civil será julgado por um tribunal militar".

Em Moscou, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, esclareceu que a Rússia não propôs oficialmente à França contribuir com o transporte de tropas para Mali e se limitou a entrar em contato com empresas privadas russas.

Por outra parte, o Japão, ainda comovido com a morte de sete japoneses no ataque contra o campo de gás na Argélia, na ação de sequestro de islamitas que disseram agir em represália para guerra no Mali, decidiu nesta quarta-feira fechar temporariamente sua embaixada em Bamaco pela "degradação das condições de segurança", segundo um comunicado do ministério das Relações Exteriores.

Quebrando a quase unanimidade da comunidade internacional, o presidente egípcio Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, disse ser contra a intervenção francesa no Mali, que pode "alimentar o conflito na região".

Em compensação, Mahmud Dicko, presidente do Alto Conselho Islâmico do Mali (HCIM), principal organização islâmica de um país 90% muçulmano, disse que a intervenção francesa não é, em caso algum, "uma agressão contra o Islã".

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