Soldados israelenses: "Ela não tinha nenhuma faca, foi assassinada a sangue frio e não representava nenhuma ameaça para os soldados", afirmou militante (Menahem Kahana/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2015 às 11h08.
Israel defendeu nesta quinta-feira a ação dos soldados que mataram uma palestina em um posto de controle da Cisjordânia, enquanto aumentavam as dúvidas sobre os motivos que levaram os militares a abrir fogo contra a vítima.
Hadeel al-Hashlamon, estudante de 18 anos segundo a imprensa palestina, não resistiu aos ferimentos na terça-feira depois de ter sido atingida por tiros de soldados em Hebron.
De acordo com o exército, a mulher estava armada com uma faca e pretendia atacar os soldados quando foi morta.
Uma organização palestina, "Os jovens contra as colônias", publicou fotografias que contradizem, segundo a associação, a versão. Nas imagens os soldados aparecem apontando uma arma contra a jovem, que usa um niqab preto e com um bolso.
Nas imagens, a jovem não aparece com nenhuma faca, mas as fotografias não foram feitas no momento exato dos tiros.
"Ela não tinha nenhuma faca, foi assassinada a sangue frio e não representava nenhuma ameaça para os soldados", afirmou Issa Amro, militante da organização.
De acordo com uma fonte militar israelense, a jovem ativou o detector de metais ao passar pelo posto de controle.
"Os soldados ordenaram que parasse, mas ela continuou caminhando e se aproximou de um soldado, tirando uma faca do bolso", disse.
Os tiros dos soldados apontaram contra a parte inferior do corpo e a jovem morreu pouco depois em um hospital israelense.
A região de Hebron, sul da Cisjordânia, está ocupada por 500 colonos israelenses que moram entre os palestinos, em meio a torres de vigilância e alambrados.