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Exército do Mali retoma "controle total" de Konna

A tomada dessa localidade em 10 de janeiro por combatentes islamitas precipitou a intervenção francesa no Mali


	Um soldado do exército malinense patrulha região perto do rio Niger: a informação foi confirmada por uma fonte de segurança nacional
 (Michel Moutot/AFP)

Um soldado do exército malinense patrulha região perto do rio Niger: a informação foi confirmada por uma fonte de segurança nacional (Michel Moutot/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2013 às 11h31.

Bamaki - O exército do Mali, com o apoio das tropas francesas, voltou nesta sexta-feira a avançar, recuperando o controle da cidade de Konna (centro) das mãos de grupos extremistas islamitas que reivindicaram o sequestro coletivo realizado na Argélia.

Nesse país vizinho, no campo de exploração de gás no Saara onde centenas de trabalhadores locais e dezenas de estrangeiros foram feitos reféns, o número de vítimas ainda é incerto 24 horas após o ataque lançado por Argel contra o comando islamita na quinta-feira.

A agência de notícias argelina APS havia anunciado na noite de quinta-feira o fim da operação, mas, segundo Londres, "o incidente terrorista na Argélia ainda está em curso".

Os sequestradores, que aparentemente vieram da Líbia, afirmaram agir em represália a intervenção francesa no Mali em um comunicado.

Esta operação abafou a situação no terreno no Mali, onde a França prossegue com seus ataques aéreos contra os grupos islamitas, acompanhados por incursões terrestres.

Mais de 1.400 soldados franceses já estão no país, um número que deve chegar a 2.500 homens, segundo Paris.

Nesta sexta-feira, o exército malinense afirmou ter reconquistado ontem "o controle total" de Konna (centro), uma localidade na estrada de Bamako, que caiu nas mãos dos combatentes islâmicos em 10 de dezembro, o que provocou a intervenção francesa no país.

"Nós retomamos o controle total da localidade de Konna, após infligir duras perdas ao inimigo", assegurou o exército em um breve comunicado.


A informação foi confirmada por uma fonte da segurança regional e por habitantes da região contactados pela AFP, uma região que continua inacessível aos observadores independentes.

Combates foram registrados na quarta-feira e na madrugada de quinta-feira.

Foram necessários novos ataques aéreos franceses na quinta para que os soldados malinenses conseguissem entrar na cidade, de acordo com uma fonte da segurança.

O ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, havia reconhecido no dia 15 de janeiro que Konna, 700km ao nordeste de Bamako, não havia sido retomada pelo exército do Mali.

"O exército está a cerca de 20 km de Konna, os islamitas não deixaram Konna, estão na periferia" da localidade, explicou no dia 15 um habitante que fugiu da cidade.

"Após os ataques, que tiveram como alvo principalmente a saída sul de Konna, o exército não entrou em Konna.Os islamitas fugiram para se esconder nos arredores. Mas eles retornam para se reabastecer com comida", havia acrescentado.

Um porta-voz do grupo extremista Ansar Dine (defensores do Islã), Abul Habib Sidi Mohamed, chegou a afirmar na terça-feira que os jihadistas ainda controlavam Konna.

A queda de Konna durante uma ofensiva surpresa dos combatentes islamitas em 10 de janeiro, no momento em que os combates entre o exército malinese e os grupos jihadistas estavam paralisadas há meses, provocou a intervenção da França, que temia um avanço dos extremistas para Bamako (sul), primeiramente com ataques aéreos e, em seguida, com uma intervenção terrestre.

Em Bamako, os primeiros elementos da Força de Intervenção da África Ocidental (Misma), que deve expulsar os grupos armados islâmicos que ocupam há nove meses grande parte do Mali, uma centena de togoleses e nigerianos chegaram quinta-feira à noite em Bamako.

Cerca de 2.000 membros desta força, liderada pelo general nigeriano Shehu Abdulkadir, devem chegar ao Mali até 26 de janeiro.

Oito países da África Ocidental - Nigéria, Togo, Benin, Senegal, Níger, Guiné, Gana e Burkina Faso - mais o Chade anunciaram sua contribuição com a Misma. No total, serão 5.300 soldados do continente africano enviados ao Mali.

A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) se reunirá sábado em Ajidjan para uma reunião extraordinária sobre o Mali. A França anunciou nesta sexta-feira que o ministro das Relações Exteriores, Laurent Fabius, que participará.

*Matéria atualizada às 12h31

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