Protestos: ao menos 57 pessoas foram mortas, incluindo um membro da Guarda Nacional e dois policiais (Carlos Barria/Reuters)
Reuters
Publicado em 25 de maio de 2017 às 20h14.
Última atualização em 25 de maio de 2017 às 20h32.
Caracas - Criticado por manifestantes como "assassinos" defendendo um ditador, o Exército da Venezuela insistiu nesta quinta-feira que não está tomando lado no tumulto político nacional, embora tenha apoiado o controverso plano do presidente socialista Nicolás Maduro para um novo Congresso.
A unidade da Guarda Nacional das Forças Armadas teve um papel essencial nos dois meses de agitações que abalam a Venezuela, muitas vezes bloqueando marchas e usando gás lacrimogêneo e canhões de água contra jovens que atiravam pedras e coquetéis molotov.
Ao menos 57 pessoas foram mortas, incluindo um membro da Guarda Nacional e dois policiais.
As forças militares defenderam seu histórico durante os protestos, nos quais oponentes de Maduro protagonizaram manifestações diárias pedindo eleições, ajuda humanitária para compensar uma crise econômica brutal e liberdade para ativistas presos.
"As Forças Armadas da República Bolivariana da Venezuela fizeram um esforço superlativo para manter a paz, proteger a vida como um direito fundamental e manter a estabilidade institucional", informaram em comunicado.
O comunicado foi uma resposta à procuradora-geral Luisa Ortega, que na quarta-feira acusou forças da segurança de uso excessivo de força contra manifestantes.
Ela disse que um estudante foi morto por uma lata de gás lacrimogêneo lançada de perto por um membro da Guarda Nacional.
O comunicado militar informava que a "pré-classificação" e "hipótese" de Ortega eram prejudiciais à moral dos soldados e combustível para "a opinião pública negativa que grupos de direita" querem disseminar.