Moradores de Bangui passam por cartaz do presidente da República Centro-Africana, François Bozizé (©afp.com / Sia Kambou)
Da Redação
Publicado em 29 de dezembro de 2012 às 12h58.
Bangui - As Forças Armadas da República Centro-Africana lançaram nesta sexta-feira uma contraofensiva para expulsar os rebeldes da estratégica cidade de Bambari, no centro do país, apesar do anúncio de um acordo para o diálogo.
Intensos combates ocorriam nesta sexta em Bambari, uma das principais cidades leais ao presidente François Bozizé, 300 km ao norte da capital, Bangui, revelou um oficial.
Bambari caiu nas mãos dos rebeldes da coalizão Seleka no dia 23 de dezembro passado.
"Elementos das Forças Armadas atacaram Bambari para tratar de reassumir o controle. Os combates são particularmente violentos, no momento não sabemos quem controla a cidade", disse o oficial.
Fontes locais revelaram que os combates duraram várias horas e deixaram numerosas vítimas.
A ofensiva ocorre após o subsecretário-geral da Comunidade Econômica dos Estados da África Central (CEEAC), Guy-Pierre García, informar que o governo e a coalizão rebelde Seleka aceitaram "dialogar sem condições prévias".
Segundo García, que chegou na quinta-feira em missão de mediação, o diálogo acontecerá "em Libreville em breve (...) Ninguém impôs condições: nem os presidentes (dos Estados da África central), os governos, os rebeldes, os político-militares, nem a oposição (centro-africana)".
A coalizão Seleka ("Alianza" em sango, a língua nacional), que pegou em armas no dia 10 de dezembro, reivindica o respeito aos acordos de paz estabelecidos entre 2007 e 2011 que, segundo ela, o governo do presidente François Bozizé não cumpriu.
Em duas semanas a rebelião se apoderou de cidades estratégicas como Bria (cidade rica em diamantes do centro), Bambari (centro-sul), depois de Kaga Bandoro (centro-norte), se aproximando perigosamente a Bangui pelo norte e no leste.
A República Centro-africana é um país rico em minérios, sem saída para o mar e com menos de cinco milhões de habitantes. Ocupa o posto 179 de 187 na classificação da ONU dos países menos desenvolvidos e enfrentou frequentes golpes de Estado e revoltas.