Joe Biden: candidato democrata está à frente nas pesquisas nacionais, mas resultados estão apertados. (Kevin Lamarque/Reuters)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 2 de outubro de 2020 às 18h46.
Última atualização em 2 de outubro de 2020 às 19h23.
O democrata Joe Biden tem uma vantagem de 8% em cima do republicado Donald Trump nas intenções de voto na eleição presidencial dos Estados Unidos no estado de Wisconsin. Biden aparece com 51% e Trump com 43%. Os indecisos somam 6%.
Os dados são da mais recente pesquisa feita com eleitores dos Estados Unidos pelo EXAME/IDEIA, que une EXAME Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Foram ouvidas 1.200 pessoas por telefone, no dia 30 de setembro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
O democrata vence entre negros e latinos, com 71% e 66%, respectivamente. Trump tem leve maioria entre a população branca, com 46%.
Para Maurício Moura, fundador do IDEIA e responsável pela pesquisa, o mapa eleitoral de Trump é mais complicado que o de Biden. “O democrata tem uma vantagem bem consolidada no Wisconsin. O partido já conseguiu retomar o governo do estado. Em 2016 Trump levou o colégio eleitoral e tudo indica que Joe Biden vai pegar de volta” , disse Moura.
No sistema eleitoral americano, cada estado tem um número de votos e quem ganha leva todos os votos na maior parte dos estados, mesmo que a vitória tenha sido apertada (entenda o colégio eleitoral neste episódio do podcast EXAME Política).
Além de perguntar em quem os eleitores vão votar no dia 3 de novembro, a pesquisa ouviu a opinião sobre o primeiro debate presidencial do dia 29 de novembro, no dia anterior ao da pesquisa.
A maior parte, 55%, não assistiu ao confronto entre os dois candidatos, e entre aqueles que viram, somente 3% mudaram de voto, o que fica dentro da margem de erro da pesquisa.
Na avaliação do jornalista Sérgio Teixeira Junior, que de Nova York cobre as eleições americanas para EXAME, o debate foi ruim para ambos os candidatos.
“O primeiro debate foi uma tragédia, um martírio de assistir. O próximo está marcado para o dia 15 de outubro e o último no dia 22. Na próxima semana, dia 7, terá o debate dos vices", diz o correspondente.
Mas ainda não está claro se o Trump, candidato à reeleição, vai participar dos debates. Isso porque ele foi diagnosticado com a covid-19 nesta sexta-feira, 2. Joe Biden, que poderia ter se contaminado durante o debate, fez o teste e deu negativo para a doença.
“Há um prejuízo na campanha porque ele vai ficar afastado. Ele vinha fazendo grandes comícios, com uma agenda repleta nos estados considerados "chave". Mas acho que o maior prejuízo é o tom da campanha, porque ele sempre disse que a covid-19 não existia. Ele agora não tem como fugir disso”, avalia o jornalista Sergio Teixeira.
Maurício Moura tem uma opinião diferente, para ele, os eleitores de Trump não trocam o voto por causa da doença, a não ser que o quadro do presidente se agrave. “O número de indecisos é tão pequeno, acho que não vai mudar”, diz.
A pesquisa no estado de Wisconsin, o debate presidencial do dia 29 de setembro e como o teste positivo de covid-19 de Trump podem impactar nas eleições americanas é o tema do Podcast EXAME Política: eleições americanas.
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