Evento conservador nos EUA: "Estou super animada por ele - Trump -, espero que continue por sete anos porque vai fazer muito por este país", disse Quelia Mckinney, uma estudante (Kevin Lamarque/Reuters)
EFE
Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 16h30.
National Harbor (EUA).- A Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), o grande evento do ano para o conservadorismo americano, começou nesta quinta-feira com uma exaltação ao presidente Donald Trump, o homem que trouxe a vitória ao bloco nas eleições presidenciais em 2016 e que carrega a esperança de sucesso nas legislativas deste ano.
A direita dos Estados Unidos se reuniu para o início do esperado acontecimento político, no qual tanto antigos céticos como defensores do atual governante evidenciaram o otimismo para os próximos três anos de presidência do magnata.
Entre palavras de ordem nacionalistas, ataques à imprensa, aos democratas em geral e ao governo "socialista" de Barack Obama em particular, centenas de pessoas compareceram ao evento, que acontece até o sábado em um grande hotel próximo a Washington.
O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, foi o encarregado de abrir o encontro, que também teve espaço para as reivindicações dos direitos a portar armas e ataques aos que buscam restringi-los após o massacre ocorrido na semana passada em uma escola de Parkland, na Flórida, que deixou 17 mortos.
O vice-presidente começou a discursar com esse tema, enfatizando que "nenhuma criança deve estar insegura no colégio" e elogiando as propostas de Trump de elevar a idade mínima para a compra de fuzis e de controlar a venda de dispositivos que os transformem em armas automáticas.
Pence destacou os grandes feitos do primeiro ano de Donald Trump à frente do governo, ao citar entre eles o reconhecimento de Jerusalém como capital israelense, a reforma tributária e as políticas migratórias: "Não tenham dúvidas, construiremos o muro".
Em tom de campanha, Pence pediu a mobilização dos eleitores conservadores nas eleições legislativas de novembro contra uma oposição "motivada".
"Façamos com que hoje seja o dia em que nós, como líderes, decidimos levar o movimento conservador a outra vitória em 2018", discursou.
Em relação a Parkland, o presidente da Associação Nacional do Rifle (NRA), Wayne LaPierre, subiu ao palco para clamar contra quem quer ampliar os controles do acesso às armas e reivindicou soluções para proteger os colégios da mesma forma que ocorre em bancos ou com celebridades.
LaPierre sustentou que o problema não está no fácil acesso às armas, mas no fato de que Washington falha sistematicamente ao cumprir as leis existentes, algumas das quais estão ligadas a evitar que pessoas que não deveriam ter acesso a armas possam comprá-las.
A ansiedade para ver Trump era perceptível antes mesmo do começo do CPAC nos ônibus fretados pela organização, nos quais um grupo de jovens não conseguia conter os risos e gritos animados.
O otimismo sobre o governo de Trump chega, um ano depois da posse na Casa Branca, até os republicanos que foram os seus opositores há não muito tempo. Um deles é Zachary Zupen, que reconheceu à Agência Efe que, embora tenha sido contra o magnata nas eleições primárias republicanas, considerou o atual governante "melhor do que esperava" e desejou que "volte a ser candidato se continuar assim".
Alex Kloss, um universitário libertário da Pensilvânia que foi ao CPAC com o objetivo de conseguir uma foto com o presidente, garantiu estar "esperançoso" na atuação dos republicanos em relação aos próximos anos.
Deslocar a embaixada em Israel para Jerusalém, a reforma tributária e as decisões em matéria migratória são os pilares destacados pelo público conservador, que espera com esperança as eleições legislativas deste ano e veem em Trump o farol que os guia.
"Estou super animada por ele - Trump -, espero que continue por sete anos porque vai fazer muito por este país", disse Quelia Mckinney, uma estudante que viajou da Carolina do Norte.
Trump comparecerá ao evento na sexta-feira. O magnata estreou no encontro em 2017, após ser eleito presidente, depois de ter reconhecido no ano passado que escolheu não comparecer em 2016 por pensar que poderia ser "controverso demais".
Agora, a direita populista também está presente na atual edição do evento, que deu os primeiros passos em 1974, mediante outros atores internacionais como a ex-deputada da Frente Nacional Marion Le Pen e o ex-líder do Partido pela Independência do Reino Unido (UKIP) Nigel Farage.