Ilhan Omar: ela se tornou a primeira americana muçulmana de origem somali a ser eleita para representar um Estado na Câmara (Twitter Ilhan Omar/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2016 às 15h50.
Última atualização em 29 de novembro de 2016 às 21h01.
Ilhan Omar se tornou, na terça-feira (8), a primeira americana muçulmana de origem somali a ser eleita para representar um Estado na Câmara, com uma clara vitória em Minnesota.
A maior batalha de Omar foi cravada durante as primárias de agosto, quando ela derrotou um oponente e garantiu a nomeação pelo partido democrata. Na Câmara ela vai representar um distrito diverso e liberal, que abrange a maior parte de Minneapolis.
Sua vitória também é vista como uma vitória nas causas progressistas e um impulso para eleger mais mulheres e representantes de minorias para cargos públicos.
Omar nasceu na Somália e passou quatro anos em um campo de refugiados no Quênia antes de imigrar para os Estados Unidos, aos 12 anos de idade. Ela contou ter ficado desapontada ao descobrir tamanha desigualdade racial, econômica e intolerância religiosa nos EUA.
"É a terra da liberdade e da justiça para todos, mas precisamos trabalhar para isso", contou ela ao Huffington Post no mês passado.
"Nossa democracia é incrível, mas é frágil. Ela aconteceu através de muitos progressos, mas precisamos continuar o progresso para torná-la, de fato, 'justiça para todos'".
A desigualdade nos EUA foi o que a inspirou a se envolver com a política quando era uma adolescente, ao lutar por justiça em sua comunidade e em seu estado.
Aos 34 anos, e mãe de três crianças, ela adotou uma plataforma progressista, defendendo políticas educacionais acessíveis, reforma da justiça criminal, igualdade econômica e energia limpa.
O primeiro projeto de lei submetido pela agora deputada deve ser uma proposta que exige o registro eleitoral automático a partir do momento em que os adultos completarem 18 anos ou quando emitirem uma carteira de motorista, adiantou ela ao Huffington Post.
Ela reconheceu o significado histórico da sua candidatura e os desafios que superou para ganhar o assento na Câmara.
"Muitas vezes você é estimulado a ser tudo, exceto audacioso, mas acho que isso era importante para mim, competindo como uma jovem e competindo como alguém que é muçulmana, refugiada e imigrante."
"Acreditar na possibilidade que todas as minhas identidades ficassem em segundo plano e que minha voz como uma forte progressista iria emergir se eu fosse corajosa e acreditasse nisso - isso fez uma grande diferença para mim e para minha candidatura", finalizou.