Shinzo Abe: ex-primeiro-ministro do Japão disse estar arrependido de ações (pool/Getty Images)
AFP
Publicado em 25 de dezembro de 2020 às 09h57.
Última atualização em 25 de dezembro de 2020 às 10h50.
O ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe pediu desculpas nesta sexta-feira no Parlamento por um escândalo relacionado ao financiamento de recepções organizadas para seus partidários, pelo qual os promotores decidiram não apresentar acusações contra ele.
Abe, 66 anos, que renunciou em setembro por motivos de saúde, depois de bater o recorde de permanência no cargo de primeiro-ministro (quase nove anos), negou qualquer fraude pessoal, mas admitiu que algumas declarações feitas ao Parlamento foram equivocadas.
"Embora não soubesse, sinto uma responsabilidade moral. Lamento sinceramente e peço desculpas aos meus colegas do Parlamento", declarou na Câmara Baixa. "Dei explicações contrárias aos fatos", admitiu, antes de se comprometer a "trabalhar duro para servir ao povo ganhando sua confiança".
De acordo com a lei japonesa, os gastos em eventos políticos devem ser declarados. Mas o gabinete de Abe não fez isto com os jantares que um grupo político que o apoiava organizou às vésperas do Festival Nacional das Cerejeiras, patrocinado a cada primavera pelo governo.
Seu gabinete teria gastado mais de oito milhões de ienes (77.000 dólares) nos eventos durante cinco anos, até 2019, segundo a imprensa.
Os promotores interrogaram o ex-chefe de Governo sobre a questão, mas anunciaram na quinta-feira que ele não será processado.
O atual primeiro-ministro Yoshihide Suga, que foi o braço direito de Abe, também pediu desculpas por declarações equivocadas sobre os pagamentos.
Abe, da direita nacionalista japonesa, sobreviveu a vários escândalos quando estava no poder, especialmente relacionados ao Festival das Cerejeiras. O governo de Abe foi acusado de convidar para o evento inclusive um integrante da yakuza, a máfia japonesa.