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Ex-primeira-dama do Peru condenada à prisão chega a Brasília como asilada

Nadine Heredia foi condenada à prisão na terça-feira e, logo após saber da sentença, foi à embaixada brasileira em Lima, onde solicitou formalmente um amparo

Nadine Heredia: ex-primeira-dama do Peru foi condenada a 15 anos de prisão junto com o marido, o ex-presidente peruano Ollanta Humala (Franco Origlia/Getty Images)

Nadine Heredia: ex-primeira-dama do Peru foi condenada a 15 anos de prisão junto com o marido, o ex-presidente peruano Ollanta Humala (Franco Origlia/Getty Images)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 16 de abril de 2025 às 14h16.

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A ex-primeira-dama peruana Nadine Heredia, condenada a 15 anos de prisão junto com o marido, o ex-presidente Ollanta Humala, chegou a Brasília nesta quarta-feira, sob a proteção do asilo diplomático concedido pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Heredia chegou em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), enviado a Lima depois que as autoridades peruanas concederam o salvo-conduto necessário, negociado com o governo brasileiro.

A ex-primeira-dama foi condenada à prisão na terça-feira e, logo após saber da sentença, foi à embaixada brasileira em Lima, onde solicitou formalmente um amparo, que foi concedido quase imediatamente.

A esposa do ex-presidente Humala (que governou entre 2011 e 2016) chegou à capital brasileira com um de seus filhos, Samir, que também foi beneficiado com asilo diplomático, e ainda não se sabe se ela se estabelecerá em Brasília ou em outra cidade do país.

Humala e sua esposa foram condenados à prisão por um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a construtora brasileira Odebrecht e contribuições ilícitas do falecido ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.

O ex-mandatário do Peru foi preso na terça-feira e será mantido na prisão de Barbadillo, em Lima, onde os ex-presidentes Alejandro Toledo e Pedro Castillo também cumprem penas, o primeiro por escândalos ligados à Odebrecht e o segundo por tentar dissolver o Congresso em 2022.

O Brasil tem uma tradição bem estabelecida na área de asilo e já acolheu inúmeras autoridades de diferentes países. Um dos casos mais relevantes foi o do ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner, que governou com mão de ferro entre 1954 e 1989, quando foi derrubado e se asilou em Brasília, onde morreu em agosto de 2006 e foi enterrado, sem jamais retornar ao país de origem.

Outros importantes políticos paraguaios também receberam asilo no Brasil, como o ex-presidente Raúl Cubas, que renunciou em 1999, e o ex-general Lino Oviedo, acusado de tentar um golpe de Estado contra o governo de Juan Carlos Wasmosy em 1996.

Outro ex-presidente que estava asilado no Brasil era o equatoriano Lucio Gutiérrez, que chegou ao país após ser deposto em 2005.

Fiel a essa tradição diplomática, o Brasil assumiu a custódia da embaixada do Peru em Caracas no ano passado, depois que os diplomatas do país foram expulsos da Venezuela após o polêmico processo eleitoral que confirmou Nicolás Maduro no poder.

Em Caracas, o Brasil também assumiu a custódia da residência da embaixada argentina em agosto, onde cinco opositores foram mantidos em asilo por mais de um ano e ainda não obtiveram o salvo-conduto necessário para deixar o país. A Venezuela revogou a autorização para essa custódia em setembro, mas o Brasil a mantém, já que o governo argentino ainda não designou outro Estado para assumi-la.

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