O ex-presidente alemão Christian Wulff: Wulff terá direito a uma indenização pelos prejuízos provocados (Ronny Hartmann/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 11h07.
Berlim - A Justiça alemã encerrou o processo contra o ex-presidente Christian Wulff, por considerar que não existem provas suficientes para prosseguir com as acusações de tráfico de influência que provocaram a sua renúncia há dois anos.
O tribunal de grande instância de Hannover (norte) já havia anunciado em dezembro que cogitava abandonar o processo por insuficiência de provas.
"O acusado está livre", declarou o juiz.
Wulff terá direito a uma indenização pelos prejuízos provocados.
Primeiro chefe de Estado alemão a sentar no banco dos réus, Christian Wulff, 54 anos, foi acusado de ter aceitado o convite de um amigo milionário para participar na Festa da Cerveja de Munique em 2008 quando era chefe do governo do estado regional da Baixa Saxônia.
Wulff renunciou ao cargo de presidente em 17 de fevereiro de 2012, dois anos depois de assumir o cargo, para acabar com a grande polêmica que envolvia o seu nome desde novembro do ano anterior.
O "caso Wulff" começou com informações na imprensa sobre um empréstimo que teria recebido em condições muito vantajosas para a compra de sua casa quando era governador da Baixa Saxônia (2003-2010).
A imprensa, que não apreciou os esforços de Wulff para tentar impedir a publicação de reportagens desfavoráveis, ampliou as acusações.
Depois que a justiça retirou sua imunidade, Christian Wulff, antiga estrela ascendente dos conservadores da chanceler Angela Merkel, se viu forçado a renunciar.
Após uma intensa investigação a única acusação que permanecia era a de tráfico de influência por uma conta de hotel, refeições e uma babá durante a visita à Festa da Cerveja em 2008 por um valor de 700 euros.
O amigo de Wulff, o produtor de cinema David Groenewold, foi o responsável pelo "presente". Em troca, Wulff teria intercedido ante a direção da empresa Siemens para que financiasse um filme de Groenewold.
A promotoria ainda pode recorrer da decisão ao Tribunal Supremo.