Julgamento de Chirac foi adiado em março até a próxima segunda-feira por motivos formais (AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2011 às 12h25.
Paris - O ex-presidente francês Jacques Chirac, de 78 anos, pediu para ser representado por seus advogados por motivos médicos e não participará de seu julgamento, que tem início na segunda-feira em Paris por um caso de empregos fantasmas.
Chirac não tem "mais a plena capacidade de participar" e pediu ao tribunal para ser representado por seus advogados, anunciaram os últimos neste sábado, enquanto, segundo seu genro, marido de Claude Chirac, a saúde do ex-presidente "se deteriorou há alguns meses e (...) não pode estar presente no julgamento em condições humanas e dignas".
Pouco antes, os advogados do ex-presidente indicaram em um comunicado que, "a pedido de Jacques Chirac, transmitiram na sexta-feira, 2 de setembro, ao presidente do tribunal uma carta de seu cliente, a qual anexaram uma ficha médica".
Nesta carta, o presidente Chirac afirma ao tribunal "desejar que o processo prossiga até o fim e estar disposto a assumir sua própria responsabilidade no caso, apesar de já não ter a plena capacidade de participar das audiências". Portanto, "pede que permita que seus advogados o representem e falem em seu nome durante estas audiências", afirma o comunicado.
O tribunal pode optar por autorizar os advogados a representar seu cliente ou protelar o julgamento.
O julgamento de Chirac foi adiado em março até a próxima segunda-feira por motivos formais.
Artigos de jornais das últimas semanas mostraram o ex-presidente cansado ao chegar ao sul da França para passar suas férias, embora ela tenha aparecido posteriormente dando autógrafos ou posando com turistas.
O ex-presidente Chirac (1995-2007) é acusado de "desvio de fundos", "abuso de confiança" e "uso ilícito de interesses" por dois casos que se referem a cerca de 30 empregos fantasmas nos anos 90 que serviram para fortalecer suas ambições políticas tendo por objetivo a presidência.
Chirac, que ficou ao alcance da justiça após deixar o cargo de presidente, pode ser condenado, teoricamente, a 10 anos de prisão e a 150 mil euros de multa por dois casos relacionados a cerca de 30 empregos fantasmas a favor de militantes de seu partido RPR.
O RPR, União para a República, foi o antecessor da governante União por um Movimento Popular (UMP, direita), do atual presidente francês Nicolas Sarkozy, que substituiu Chirac na presidência francesa em maio de 2007.
O ex-presidente, que se tornou muito popular na França após abandonar suas funções, publicou recentemente o segundo volume de suas memórias, no qual estima que Sarkozy é um "homem nervoso e impetuoso que não duvida de nada e muito menos de si mesmo".