Ex-presidente filipino Fidel Ramos (AFP/AFP)
Estadão Conteúdo
Publicado em 31 de julho de 2022 às 19h22.
O ex-presidente filipino Fidel Ramos, que liderou o país em um período excepcional de crescimento e paz, morreu neste domingo, 31, aos 94 anos, informou sua família. O militar de carreira foi presidente entre 1992 e 1998.
Oficialmente, as causas da morte não foram divulgadas, mas segundo o jornal Washington Post, sua morte teria sido causada por insuficiência respiratória. Ele também estava demente, disse o periódico americano.
A delegação da União Europeia nas Filipinas expressou suas condolências, descrevendo Ramos como um "estadista dedicado" e um "pilar da democracia".
Ramos foi o primeiro protestante a ocupar o cargo mais alto no país predominantemente católico, apesar da oposição de alguns membros da Igreja.
Conhecido por sua atitude imperturbável em tempos de crise, era comum vê-lo mastigar tabaco em público.
Fidel Ramos liderou uma campanha de planejamento familiar para conter o rápido crescimento populacional e resolveu uma grande crise de energia causada por anos de subinvestimento no setor. Ele também foi responsável por um período de estabilidade política, após obter acordos com comunistas e separatistas muçulmanos.
Também desmantelou os cartéis nos setores de telecomunicações, aviação e transporte marítimo, abrindo um período de crescimento.
Além disso, foi um dos primeiros apoiadores de destaque de Rodrigo Duterte quando o atual presidente se candidatou ao cargo em 2016.
Após a vitória esmagadora de Duterte, Ramos foi nomeado enviado especial do presidente a Pequim para aliviar as tensões sobre questões de soberania no Mar do Sul da China.
A relação, porém, se deteriorou rapidamente e ele passou a criticar publicamente a retórica de Duterte, sua retirada da aliança com os Estados Unidos e sua campanha antidrogas que matou milhares de pessoas.
Como outros altos funcionários de sua geração, Fidel Ramos desempenhou um papel na ditadura de Ferdinand Marcos, durante a qual milhares de pessoas foram mortas e outras milhares presas arbitrariamente.
No entanto, por convicção democrática, ele rompeu com Marcos para levar Cory Aquino ao poder em 1986.
*Com agências internacionais