Toledo: o ex-presidente estaria na Califórnia (EUA), onde vive, sem que a Justiça americana aplique a ordem de prisão (Mariana Bazo/Reuters)
EFE
Publicado em 21 de março de 2017 às 22h10.
Lima - O ex-presidente do Peru Alejandro Toledo foi alvo nesta terça-feira de um segundo pedido de prisão em seu país pelo crime de lavagem de dinheiro nas milionárias compras de imóveis que teria feito com propinas pagas pela Odebrecht, informou o jornal "La República".
Toledo, que ficou no poder entre 2001 e 2006, já tem contra si uma ordem internacional de prisão por 18 meses enquanto é investigado por seu envolvimento no escândalo de corrupção envolvendo a empreiteira brasileira - ele é acusado de ter recebido cerca de US$ 20 milhões da companhia.
O novo pedido, feito pela procuradora Rosana Villar, da Primeira Procuradoria Supraprovincial de Crimes de Lavagem de Dinheiro, também inclui a esposa do ex-presidente, Eliane Karp, e o empresário israelense Josef Maiman, suposto testa de ferro de Toledo; assim como o ex-chefe de segurança de Palacio de Governo Avraham Dan On.
A solicitação será avaliada nos próximos dias pelo 16º Tribunal Penal de Lima, a cargo do juiz Abel Concha.
Toledo é investigado desde 2013 por lavagem de dinheiro no Peru devido a aquisições de imóveis feitas no nome de sua sogra, Eva Fernenbug, com dinheiro da empresa Ecoteva, criada na Costa Rica por Maiman.
Segundo o jornal, a procuradora alega que o dinheiro da Ecoteva procede dos pagamentos ilícitos da Odebrecht a Toledo, realizados em contas bancárias de Maiman.
O israelense é suspeito de inicialmente transferir os recursos a contas de "offshores", que depois os repassariam à empresa de origem costa-riquenha, investigada no Peru há quatro anos
O ex-presidente estaria na Califórnia (EUA), onde vive, sem que a Justiça americana aplique a ordem de prisão, apesar de já ter passado mais de um mês desde que ela foi recebida pela Interpol.
Toledo é a primeira grande figura da política peruana a ser acusada de envolvimento no caso Odebrecht no país. A empreiteira admitiu à Justiça americana ter pagado US$ 29 milhões em propinas a funcionários públicos peruanos entre 2005 e 2014.
Esse período inclui os mandatos presidenciais de Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).