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Ex-presidente catalão permanecerá detido na Alemanha

Serão necessários até 60 dias para que a justiça alemã decida sobre o futuro de Puigdemont.

Puigdemont: O ex-presidente catalão foi detido no domingo pouco após ter entrado em território alemão pela fronteira com a Dinamarca (Ivan Alvarado/Reuters)

Puigdemont: O ex-presidente catalão foi detido no domingo pouco após ter entrado em território alemão pela fronteira com a Dinamarca (Ivan Alvarado/Reuters)

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AFP

Publicado em 26 de março de 2018 às 16h55.

O ex-presidente catalão Carles Puigdemont permanecerá detido na Alemanha até que se decida sobre seu processo de extradição para a Espanha, informou nesta segunda-feira (26) o tribunal competente.

O líder separatista "permanecerá em detenção até que seja adotada alguma decisão relativa ao processo de extradição", indicou o tribunal regional de Kiel, no norte da Alemanha onde foi detido neste domingo.

A ordem de detenção enquanto se analisa o pedido de extradição é inapelável.

Puigdemont foi detido no domingo pouco após ter entrado em território alemão pela fronteira com a Dinamarca, em cumprimento a uma ordem de detenção europeia, emitida pela Espanha, que o acusa do crime de rebelião.

Nesta segunda-feira, Puigdemont compareceu ao tribunal de Neumünster, para uma audiência cujo objetivo era verificar sua identidade e resolver se ele permaneceria na prisão enquanto o pedido de extradição feito pela Espanha é analisado.

Agora o processo passa para o tribunal regional de Kiel, que deverá decidir sobre o assunto.

A justiça espanhola indiciou na sexta-feira Puigdemont e outros 12 independentistas catalães por "rebelião" e emitiu seis ordens de detenção europeias.

Puigdemont retornava da Finlândia para a Bélgica, onde mora desde que fugiu da Espanha após a frustrada declaração de independência da Catalunha em 27 de outubro.

O advogado de Puigdemont na Espanha, Jaume Alonso Cuevillas, afirmou nesta segunda-feira que "entre hoje e amanhã" saberão se deve permanecer na prisão enquanto tramita a ordem europeia.

"Sou prudente e penso que existem muitos elementos para ser otimista, mas temos que ser prudentes porque enfrentamos uma situação muito delicada. É muito provável que não deixem que ele saia da Alemanha".

Serão necessários até 60 dias para que a justiça alemã decida sobre o futuro de Puigdemont.

O governo alemão destacou que este é um procedimento normal na União Europeia.

"Está nas mãos dos tribunais competentes", disse o porta-voz da chanceler Angela Merkel, Steffen Seibert.

A justiça deve decidir se as infrações pelas quais Puigdemont foi acusado na Espanha existem no direito alemão.

Puigdemont foi acusado ao lado de 12 líderes políticos independentistas de "rebelião", crime que pode ser punido com uma pena de até 30 anos de prisão na Espanha, e desvio de recursos públicos.

A justiça espanhola acusa Puigdemont de ter organizado o referendo de autodeterminação de 1 de outubro, apesar da proibição e do "grave risco de incidentes violentos".

Puigdemont viajou à Finlândia para participar em um seminário na Universidade de Helsinque. Também viajou à Dinamarca em janeiro e para a Suíça no início do mês, sem qualquer problema.

Desta vez, o serviço de inteligência espanhol alertou as autoridades da Alemanha sobre a presença de Puigdemont.

Após a notícia da detenção de Puigdemont, várias manifestações foram organizadas em Barcelona e terminaram no domingo à noite com distúrbios que deixaram 92 pessoas levemente feridas, incluindo 23 policiais, de acordo com os serviços de emergências da região.

Quase 55.000 pessoas, convocadas pela organização independentista Assembleia Nacional Catalã, caminharam pacificamente da representação da Comissão Europeia em Barcelona até o consulado da Alemanha com cartazes que pediam a "liberdade dos presos políticos".

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