Mundo

Ex-premiê do Paquistão, Imran Khan, sofre 'tentativa de assassinato'

O suspeito do ataque foi morto e um segundo homem foi detido pela polícia, acrescentou o assessor

Khan, um ex-campeão de críquete, foi ferido em um tiroteio perto da cidade de Gujranwala (AFP/Divulgação)

Khan, um ex-campeão de críquete, foi ferido em um tiroteio perto da cidade de Gujranwala (AFP/Divulgação)

A

AFP

Publicado em 3 de novembro de 2022 às 13h20.

O ex-primeiro-ministro paquistanês Imran Khan está em condição estável depois de ser baleado no pé nesta quinta-feira (3) durante um comício político, o que o presidente do país chamou de "tentativa de assassinato odiosa".

Depois de ter perdido o poder na primavera boreal (outono no Brasil) devido a uma moção de desconfiança, Khan vem liderando uma "longa marcha" até a capital Islamabad desde sexta-feira para convocar eleições antecipadas.

Assine a EXAME e fique por dentro das principais notícias que afetam o seu bolso. Tudo por menos de R$ 0,37/dia.

Khan, um ex-campeão de críquete, foi ferido em um tiroteio perto da cidade de Gujranwala.

"Ele foi ferido no pé, está em condição estável", disse à AFP o assessor de Khan, Raoof Hasan. "Esta foi uma tentativa de matá-lo, de assassiná-lo", acrescentou.

O suspeito do ataque foi morto e um segundo homem foi detido pela polícia, acrescentou o assessor.

Um vídeo postado nas redes sociais mostra Khan já no hospital em Lahore com um curativo na panturrilha direita.

Em um tuíte, o presidente paquistanês Arif Alvi denunciou uma "tentativa de assassinato odiosa".

"Agradeço a Alá que ele está seguro agora, mas ferido por vários tiros na perna, e esperamos que não seja grave", acrescentou.

O Paquistão sofre há décadas com movimentos islâmicos violentos que questionam a influência do poder central e os assassinatos de políticos marcaram a história do país.

Em 2007, Benazir Bhutto, a primeira mulher moderna a liderar um país muçulmano, foi assassinada em um ataque cujos mentores nunca foram identificados.

Todos os dias, desde o início desta marcha, Khan, 70 anos, sobe em um contêiner colocado em um caminhão para se dirigir aos apoiadores que chegam das cidades por onde passa.

Apesar da moção de desconfiança, Khan mantém amplo apoio entre a população. Desde abril, ao deixar a chefia do governo, ele organiza comícios por todo o país, diante de milhares de simpatizantes, para pressionar a frágil coalizão no poder.

Khan continua repetindo que sua queda foi resultado de uma "conspiração" armada pelos Estados Unidos e critica duramente o governo de seu sucessor, Shehbaz Sharif.

Imran Khan chegou ao poder em 2018, após a vitória nas eleições legislativas do PTI, plataforma populista que mistura promessas de reformas sociais, conservadorismo religioso e combate à corrupção.

Mas sob o seu mandato a situação econômica se deteriorou e ele perdeu o apoio do Exército, acusado de contribuir para a sua eleição.

Nos últimos meses, Khan declarou várias vezes que está disposto a morrer por seu país. Sua comitiva havia relatado ameaças contra ele.

LEIA TAMBÉM: 

Acompanhe tudo sobre:AssassinatosPaquistão

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru