Ken Livingstone diz que não se arrepende de ter dito "a verdade" (REUTERS/Neil Hall)
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2016 às 11h52.
O ex-prefeito de Londres, Ken Livingstone, suspenso na quinta-feira do Partido Trabalhista por suas declarações sobre Hitler, afirmou neste sábado que lamenta o acontecido, mas destacou não se arrepende de dizer a verdade.
"Lamento verdadeiramente ter dito isso porque causou toda essa história", declarou em meio a uma controvérsia que ameaça prejudicar os trabalhistas nas eleições regionais da próxima semana.
Livingstone foi suspenso de seu partido por dizer que Hitler apoiou o sionismo, tornando-se o segundo militante suspenso em 24 horas por palavras consideradas antissemitas.
"Ken Livingstone foi suspenso pelo Partido Trabalhista, enquanto é realizada uma investigação, por desacreditar o partido", disse um porta-voz do grupo liderado por Jeremy Corbyn.
Livingstone disse à rádio BBC: "quando Hitler venceu as eleições em 1932, sua política apontava que era preciso transferir os judeus a Israel. Apoiou o sionismo antes de enlouquecer e matar seis milhões de judeus".
O político estava defendendo a deputada trabalhista Naz Shah, que foi suspensa na quarta-feira por ter escrito, em 2014 no Facebook, que Israel deveria ser transferido aos Estados Unidos.
"Estive no Partido Trabalhista por 40 anos e nunca ouvi ninguém dizer algo antissemita", disse Livingstone.
As declarações levaram um deputado trabalhista a insultar Livingstone em plena rua, um episódio gravado por câmeras que mostra as divisões que existem no partido devido a este assunto.
O deputado John Mann abordou o ex-prefeito na rua e o chamou de "racista repugnante" e "apologista nazista".