Vaticano: estudiosos católicos que disseram que Bento XVI ameaça desestabilizar o atual papa Francisco (REUTERS/Giampiero Sposito/Reuters)
Reuters
Publicado em 14 de janeiro de 2020 às 11h45.
Cidade do Vaticano — O ex-papa Bento XVI quer que seu nome seja retirado de um novo livro sobre o celibato na Igreja Católica no qual consta como coautor, disse seu secretário pessoal nesta terça-feira.
O arcebispo Georg Ganswein disse à Reuters que, a pedido do ex-papa, pediu ao autor principal do livro, o cardeal Robert Sarah, para contactar a editora e fazer as mudanças necessárias.
O livro "Do Fundo de Nossos Corações" deve ser publicado na França na quarta-feira. Trechos foram divulgados no final de semana, revoltando alguns estudiosos católicos que disseram que Bento XVI ameaça desestabilizar o atual papa Francisco.
Trata-se da reviravolta mais recente de uma saga que está sacudindo o mundo católico, destacando a polarização entre progressistas e conservadores da Igreja de 1,3 bilhão de fiéis e provocando um novo debate sobre o papel do antigo pontífice.
Mais cedo, Sarah refutou as acusações da mídia de que usou o nome de Bento XVI sem autorização e que se aproveitou do ex-líder religioso, que está com 92 anos e a saúde frágil.
"Afirmo solenemente que Bento XVI sabia que nosso projeto tomaria a forma de um livro. Posso dizer que trocamos vários textos para estabelecer as correções", escreveu Sarah, de 74 anos, no Twitter.
Mais tarde, ele disse que Bento XVI será citado como colaborador, e não coautor, em edições futuras do livro. "Entretanto, o texto completo permanece absolutamente inalterado".