Burger King: Prado usou a informações sobre o Burger King para gerar um lucro de 175 mil dólares, e deu a dica para pelo menos quatro de seus clientes antes da compra (REUTERS/Jean-Paul Pelissier)
Da Redação
Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 08h15.
São Paulo - Um ex-operador do Wells Fargo em Miami foi ordenado a pagar 5,63 milhões de dólares por negociações com títulos do Burger King antes da compra em 2010 da cadeia de fast-food, baseado em informações privilegiadas que ele recebeu de um cliente.
Mas a decisão, anunciada na terça-feira pelo regulador de mercados dos Estados Unidos, a SEC, contra o ex-operador Waldyr da Silva Prado Neto, pode não ser executada porque acredita-se que o réu viajou ao Brasil, não montou uma defesa, e ignorou os esforços da SEC em encontrá-lo.
Embora a SEC tenha ganhado em setembro de 2012 uma decisão judicial que congelava os bens de Prado, incluindo uma propriedade em Miami Beach, Flórida, os ativos somavam apenas um quinto do julgamento. Prado colocou a residência a venda e começou a transferir seus ativos para outros países fora dos Estados Unidos antes do congelamento.
Prado, um brasileiro que trabalhou para o Wells Fargo Advisor, foi acusado de negociar ações e opções do Burger King após saber por um cliente que a empresa de private equity 3G Capital Partners iria comprar a cadeia.
O cliente, um investidor em um fundo comprador da 3G, compartilhava informações financeiras confidenciais com Prado, considerando que elas seriam mantidas confidenciais, disse a SEC.
Mas Prado usou a informações sobre o Burger King para gerar um lucro de 175 mil dólares, e deu a dica para pelo menos quatro de seus clientes antes da compra, mostraram documentos judiciais.
A operação de cerca de 3,26 bilhões de dólares anunciada em setembro de 2010 avaliou o Burger King em 24 dólares por ação, 46 por cento acima do valor dos papéis dois dias antes, quando surgiram rumores da compra.
Um advogado que já representou Prado não respondeu imediatamente a pedidos de comentário. Prado não foi encontrado.