O militar afirmou que "um Irã nuclear é uma ameaça existencial, mas isso não significa que uma vez que consigam a bomba nuclear vão atacar Israel" (AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2011 às 20h09.
Jerusalém - O Irã tem material suficiente para construir quatro ou cinco bombas nucleares, disse nesta terça-feira o ex-chefe da Inteligência Militar israelense, Amos Yadlin.
Yadlin, que passou à reserva há um ano e hoje dirige o Instituto para Estudos de Segurança Nacional, disse que Israel deve colaborar com estados de maior capacidade que ele próprio para frear o programa nuclear de Teerã.
"Se o Irã declara que tem em seu poder armas nucleares, Israel disporá de várias opções e não estará sozinho. Devemos manter abertos os canais com aqueles que têm capacidades militares melhores que as nossas", disse na cerimônia de aceitação do cargo como diretor do instituto.
O militar afirmou que "um Irã nuclear é uma ameaça existencial, mas isso não significa que uma vez que consigam a bomba nuclear vão atacar Israel".
Além disso, minimizou a possibilidade de que, caso aconteça um ataque aéreo israelense contra as instalações nucleares iranianas, Teerã responda com uma chuva de mísseis contra o Estado judeu.
"Não têm 150 mil mísseis e há uma diferença entre os foguetes de curto e os de longo alcance. Em sua maioria são imprecisos e as possibilidades de que cheguem ao alvo não são muito altas", comentou.
Neste mês, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Irã está mais perto "do que as pessoas pensam" de conseguir a bomba nuclear, depois da publicação do relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre o programa atômico iraniano.
Esse relatório apresentava indícios de que o Teerã manteve, até um passado recente, atividades que só podem estar relacionadas com o desenvolvimento de armas nucleares e que não fazem parte de um programa nuclear civil.
Israel usou essa informação para tentar convencer a comunidade internacional da necessidade de impor sanções mais duras à República Islâmica, medida rejeitada por países como Rússia e China.