Para o ex-ministro, mesmo com os protestos, Kadafi não deve deixar a Líbia (Giorgio Cosulich/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2011 às 07h40.
Cairo - O ex-ministro do Interior da Líbia, general Abdul Fatah Yunis, afirmou nesta quarta-feira que um assistente de Muammar Kadafi disparou contra o líder líbio recentemente, mas feriu por engano outra pessoa.
A revelação foi feita por Yunis em declarações à rede emirati de televisão "Al Arabiya", um dia após anunciar sua renúncia do cargo e fazer um chamado aos líbios para somar-se à revolta popular que explodiu em 17 de fevereiro.
Yunis revelou à emissora que o assistente de Kadafi, que não foi identificado, disparou contra o líder líbio em uma recente concentração política.
"Al Arabiya" não detalhou quando e onde ocorreu o fato, embora tenha assinalado que o ajudante errou ao fazer os disparos.
O ex-ministro também revelou que Kadafi provavelmente não deixará o país, embora exista a possibilidade de que cometa suicídio.
"O regime de Kadafi acabou", acrescentou nas declarações por telefone reproduzidas pela TV.
Ele pediu a seus homens que não usem suas armas contra a população líbia e disse que não era responsável pela sangrenta repressão aos protestos políticas que já causaram centenas de mortos.
Além disso, afirmou, sem dar detalhes, que as tribos líbias estão apoiando a revolta popular.
Yunis era um dos mais estreitos colaboradores de Kadafi e fazia parte do movimento dos então coronéis que, junto a ele, realizaram o golpe de Estado para chegar ao poder em 1969.