Odebrecht: a revogação da prisão preventiva contra Díaz Rúa e Rondón foi qualificada na última sexta-feira como "triste" pelo procurador-geral de Justiça dominicana (Mario Tama/Getty Images)
EFE
Publicado em 12 de setembro de 2017 às 06h37.
Santo Domingo - O ex-ministro de Obras Públicas da República Dominicana, Víctor Díaz Rúa, e o empresário Ángel Rondón deixaram, nesta segunda-feira, o presídio onde cumpriam prisão preventiva, por conta do envolvimento no caso dos US$ 92 milhões em propinas pagas pela construtora Odebrecht.
Na última sexta-feira, o juiz de Instrução do Supremo Tribunal, Francisco Ortega, ordenou a liberdade condicional dos dois réus, os únicos que ainda permaneciam presos do grupo de 14 acusados de supostamente participar da rede mafiosa, onde a Odebrecht conseguiu operar milionários contratos estatais.
Ortega ordenou que Rondón, indiciado pelo Ministério Público como o suposto distribuidor de propinas no país, fosse colocado em liberdade, em troca de uma garantia de 70 milhões de pesos (US$ 1,4 milhões), enquanto que Díaz Rúa pagaria 50 milhões de pesos (US$ 1,04 milhões).
O juiz também ordenou que eles fossem impedidos de deixar o país e que se apresentem todo mês ao Ministério Público.
Foi o próprio juiz Francisco Ortega quem, no mês de junho, impôs a Rondón, um ano de prisão e nove meses a Díaz Rúa.
A revogação da prisão preventiva contra Díaz Rúa e Rondón foi qualificada na última sexta-feira como "triste" pelo procurador-geral de Justiça dominicana, Jean Alain Rodríguez, afirmando que a medida revela a "desigualdade com que alguns juízes aplicam as leis".
Hoje, um grupo de ativistas do movimento Marcha Verde, que surgiu no país por causa do escândalo da Odebrecht, ficou em frente onde Díaz Rúa e Rondón residem, protestando contra a liberdade deles.
Víctor Díaz Rúa foi ministro de Obras Públicas durante grande parte dos dois últimos mandados do ex-presidente Leonel Fernández, e no de sua prisão, era o secretário de finanças do governista Partido da Liberdade Dominicana (PLD).