Após a renúncia de Mubarak, os principais símbolos do antigo regime foram detidos (Khaled Desouki/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2011 às 06h54.
Cairo - Um tribunal penal egípcio condenou nesta quinta-feira o ex-ministro do Interior Habib al-Adli, símbolo da repressão do antigo regime, a 12 anos de prisão por lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito, segundo fontes judiciais.
Adli, que também está sendo julgado por sua suposta relação com a morte de manifestantes durante as recentes revoltas no Egito, é o primeiro responsável do regime do ex-presidente Hosni Mubarak a receber uma sentença de prisão.
Segundo as fontes, várias famílias de pessoas mortas nos protestos populares que começaram em 25 de janeiro e desembocaram na renúncia de Mubarak em 11 de fevereiro se concentraram diante do tribunal, localizado nos arredores do Cairo.
A sentença, que ainda pode ser objeto de apelação, foi pronunciada após quatro sessões, nas quais a defesa do ex-ministro negou todas as acusações dirigidas a ele.
A Promotoria da Segurança do Estado acusara Adli de aproveitar-se de sua posição como ministro do Interior entre outubro de 2010 e 7 de fevereiro deste ano para obter benefícios pessoais.
Antes de cair, Adli era ministro do Interior desde 1997.
O ex-ministro foi declarado culpado de ter utilizado funcionários de seu Ministério para vender um terreno particular, pelo qual obteve 4,85 milhões de libras (US$ 800 mil), de lavagem de dinheiro e de enriquecimento ilícito.
Quanto ao processo aberto por sua suposta implicação na morte de cidadãos durante a revolução egípcia, está previsto que a próxima sessão, na qual também serão julgados seis de seus antigos assessores, seja retomada em 21 de maio.
Após a renúncia de Mubarak, que está sendo investigado por motivos semelhantes, os principais símbolos do antigo regime foram detidos.
Muitos deles se encontram em prisão preventiva, enquanto contra outros, como Adli, já começaram processos judiciais.
Além de Mubarak, estão detidos, entre outros, os dois filhos do ex-presidente, Gamal e Alaa, o secretário-geral do já dissolvido Partido Nacional Democrático, Safuat Sharif, o presidente do Parlamento, Fathi Surur, e o chefe do gabinete presidencial, Zakaria Azmi.