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Da Redação
Publicado em 8 de maio de 2014 às 09h18.
Roma - A polícia italiana prendeu Claudio Scajola, ministro da indústria no último governo do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, sob suspeita de ajudar na fuga de um ex-colega de partido condenado por associação com a máfia, disseram autoridades nesta quinta-feira.
O caso representa mais um escândalo para o partido de Berlusconi, o Força Itália, após a condenação do próprio ex-premiê por evasão de impostos. Mas os efeitos políticos desses reveses, incluindo qualquer impacto sobre os votos do partido nas próximas eleições europeias, ainda permanecem incertos.
Scajola foi forçado a renunciar em 2010 por acusações de ter realizado um obscuro negócio imobiliário envolvendo a compra de um apartamento de luxo próximo ao Coliseu, em Roma, mas foi isentado de culpa por uma corte no início deste ano.
A polícia antimáfia na cidade sulista de Reggio Calabria disse que Scajola havia sido preso devido à sua ligação com Amedeo Matacena, um empresário calabrês e ex-parlamentar do partido de centro-direita Força Itália.
Nenhum comentário foi imediatamente divulgado pelo advogado de Scajola. Ele não deu declarações a repórteres enquanto foi filmado deixando uma delegacia em Roma, nesta quinta-feira.
Matacena, condenado por ligações com a ‘Ndrangheta', poderosa máfia da Calábria, atualmente está foragido da Justiça, afirmou a unidade antimáfia da polícia, a DIA, em um comunicado. Segundo a imprensa italiana, ele foi preso em Dubai no ano passado, mas libertado logo em seguida.
O promotor-chefe Frederico Cafiero disse a um canal de TV que Scajola era suspeito de, com várias pessoas influentes, ajudar Matacena a deixar a Itália e transferir sua fortuna para fugir da Justiça.
O comunicado da DIA disse que a polícia estava agora vasculhando propriedades na Itália e que apreendeu cerca de 50 milhões de euros (69,61 milhões de dólares).
Mo mês passado, Marcello Dell'Utri, outro membro do circulo interno de Berlusconi, foi preso no Líbano. Ele foi declarado fugitivo da Justiça após deixar a Itália antes de uma corte entregar a decisão final sobre acusações de ligação com a máfia.