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Ex-ministro da Economia disputará Presidência da Bolívia, diz Morales

O nome de Luis Arce foi escolhido pelos mais de 50 delegados do Movimento ao Socialismo (MAS) que foram a Buenos Aires para participar da votação

Evo Morales: ex-presidente será o chefe de campanha do partido no pleito (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Evo Morales: ex-presidente será o chefe de campanha do partido no pleito (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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EFE

Publicado em 20 de janeiro de 2020 às 06h58.

Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 07h00.

Buenos Aires - Ex-ministro da Economia da Bolívia, Luis Arce foi escolhido neste domingo como candidato à presidência do país pelo Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Evo Morales, para as eleições do próximo dia 3 de maio.

O ex-chanceler David Choquehuanca será o companheiro de chapa de Arce, anunciou Morales durante entrevista coletiva em Buenos Aires, na Argentina, onde está refugiado desde que foi forçado pelas Forças Armadas a deixar o poder na Bolívia.

O nome de Arce foi escolhido pelos mais de 50 delegados do MAS que foram a Buenos Aires para participar da votação, comandada por Morales, que será o chefe de campanha do partido no pleito.

Ao falar sobre os escolhidos, Morales disse que a chapa é "uma combinação entre companheiros da cidade e do campo para continuar o processo de mudança da Bolívia". "Essa história se repete. Precisamos de aliados da cidade, do campo, de outros intelectuais com conhecimento científico sobre nossos tempos", explicou Morales.

O ex-presidente disse confiar no sucesso da chapa escolhida pelos representantes do MAS que viajaram a Buenos Aires para participar do processo. "Vamos recuperar a democracia. No dia 3 de maio, vamos vencer novamente no primeiro turno das eleições", afirmou o líder do partido.

"Não me abandonem", pediu Morales, sendo aplaudido por um auditório lotado de integrantes do MAS e membros da ampla comunidade boliviana na Argentina.

- Crescimento econômico -

Luis Arce, de 56 anos e originário de La Paz, é considerado o pai do chamado por alguns de "milagro econômico" boliviano, baseado em um modelo de desenvolvimento social comunitário produtivo.

A partir da nacionalização dos hidrocarbonetos, em 2006, que coincidiu com um boom sem precedentes dos preços do petróleo, a Bolívia começou a crescer a um ritmo de 4,9% ao ano e a pobreza extrema diminuiu de 38,2% em 2005 para 17,1% em 2018, segundo cifras oficiais.

Morales afirmou neste domingo que, apesar da queda nos preços do petróleo, "a Bolívia é a primeira em crescimento econômico" na região. "Ampliamos o aparato produtivo. A direita tem muito medo do crescimento econômico", assegurou o ex-presidente.

Coquehuanca, de 58 anos, foi chanceler de 2006 a 2017, quando assumiu a secretaria-geral da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA).

Durante sua gestão como chanceler, a Bolívia apresentou um pleito junto à Corte Internacional de Justiça de Haia reivindicando uma saída soberana ao oceano Pacífico. Mas o tribunal decidiu contra os interesses bolivianos em 2018, quando Choquehuanca já tinha deixado o cargo.

A Bolívia irá às urnas em 3 de maio próximo e um eventual segundo turno será realizado em 14 de junho.

Morales renunciou à Presidência em meio à convulsão social após sua vitória no primeiro turno das eleições presidenciais em 20 de outubro, um pleito que foi suspenso depois que uma auditoria da OEA encontrou irregularidades em sua realização.

A presidência interina foi assumida pela conservadora Jeanine Áñez, cujo cargo foi estendido recentemente pelo Tribunal Constitucional da Bolívia até que novas autoridades assumam após as eleições.

Antes de se asilar na Argentina, Evo Morales passou cerca de um mês refugiado no México.

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