O ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e seu então ministro da Defesa Raul Baduel (à direita) durante evento em Maracay em 2002 (Oscar Sabetta/Getty Images)
AFP
Publicado em 3 de março de 2017 às 09h09.
Última atualização em 3 de março de 2017 às 09h15.
O general reformado Raúl Baduel - ex-aliado do falecido presidente Hugo Chávez e agora opositor - enfrenta acusações que poderão mantê-lo na prisão, mesmo após cumprir sua pena.
Baduel, que ajudou a colocar Chávez no poder depois do golpe de Estado de abril de 2002, foi levado nesta quinta-feira (2) para um tribunal militar de Caracas, onde ouviria as acusações por crimes que são passíveis de até 26 anos de prisão.
A audiência, entretanto, foi suspensa porque a defesa pediu a troca do juiz, disse à AFP o advogado Omar Mora, indicando que o general deverá ser acusado de traição à pátria e instigação a rebeliões.
A transferência ocorreu um dia antes de o militar cumprir a pena de sete anos e 11 meses de prisão por corrupção.
A Procuradoria pediu uma medida de prisão preventiva por supostos "crimes militares contra a integridade, a independência e a liberdade da nação, como são a traição à pátria (...) e a instigação a rebeliões", de acordo com um texto dirigido à defesa.
"É uma montagem nova que quer apenas que Baduel não recupere sua liberdade e, com isso, seus direitos civis e políticos", afirmou o advogado.
Considerado "um preso político" pela oposição, o general ganhou a liberdade condicional em 12 de agosto de 2015, mas em 12 de janeiro foi novamente preso ao participar de uma audiência de apresentação regular.
Comandante do Exército entre 2004 e 2006, e ministro da Defesa entre 2006 e 2007, o general salvou Chávez de ser derrubado, mas depois se tornou seu opositor.