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Ex-guerrilheiro enfrentará direitista em El Salvador

Ex-guerrilheiro Salvador Sanchez Cerén, candidato do governismo, venceu eleições de domingo, mas enfrentará no segundo turno o direitista Norman Quijan

Salvador Sanchez Cerén, durante discurso: Sanchez Cerén, atual vice-presidente, obteve 48,95% dos votos (Jose Cabezas/AFP)

Salvador Sanchez Cerén, durante discurso: Sanchez Cerén, atual vice-presidente, obteve 48,95% dos votos (Jose Cabezas/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2014 às 08h54.

San Salvador - O ex-guerrilheiro Salvador Sanchez Cerén, candidato do governismo, venceu as eleições de domingo em El Salvador, mas enfrentará no segundo turno, em março, o direitista Norman Quijan, na disputa pela presidência do violento país sul-americano.

Sanchez Cerén, atual vice-presidente, obteve 48,95% dos votos, enquanto Quijano conquistou 38,96%, segundo a contagem de 81% dos votos, informou o Supremo Tribunal Eleitoral (TSE).

"Deram-nos a vitória no primeiro turno e estamos certos de que no segundo turno não serão 10 pontos: serão mais de 10 pontos, uma grande vitória", disse à imprensa Sánchez Cerén, atual-vice-presidente do país.

Aos 69 anos, Sánchez Cerén é o candidato da Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN), a ex-guerrilha convertida em partido político que levou ao poder em 2009 o presidente em fim de mandato Mauricio Funes.

Se vencer, será o primeiro guerrilheiro eleito pelo voto popular em El Salvador e o terceiro na América Latina, depois do presidente do Uruguai, José Mujica, e da brasileira Dilma Rousseff.

Foi um dos comandantes da guerrilha do FMLN na guerra civil que durou 12 anos e que terminou em 1992 com um saldo de 75.000 mortos. O "comandante Leonel González", seu nome de guerra, também foi um dos co-signatários dos acordos de paz de 1992.

Sánchez Cerén diz que irá oferecer "um governo aberto com a participação de diferentes setores" e manter as políticas sociais do presidente atual.

Já Quijano, de 67 anos, é um líder orgulhoso de seu anticomunismo e conta com o apoio de setores empresariais. Propôs trabalhar para conseguir "mais segurança e mais emprego" e, especialmente, converter o país em uma nação "livre de gangues".

Atingido pela guerra civil desencadeada nos anos 80, El Salvador é hoje um dos países mais violentos do mundo, com um elevado índice de criminalidade urbana. Ao mesmo tempo, sua economia está enfraquecida por um pequeno crescimento que condenou boa parte de sua população à imigração.

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