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Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2013 às 21h35.
O ex-ditador guatemalteco Efraín Ríos Montt, de 86 anos, foi declarado culpado de genocídio, nesta sexta-feira, em histórico julgamento, e se tornou o primeiro líder latino-americano e um dos poucos no mundo a ser condenado por esse crime.
"Os atos de José Efraín Ríos Montt se enquadram em genocídio na qualidade de autor, motivo pelo qual a pena correspondente deve ser imposta", anunciou a juíza Jazmín Barrios, titular do Tribunal Primeiro A de Maior Risco, ao ler o veredito, ao qual ainda cabe recurso.
Ríos Montt foi condenado a 50 anos anos de prisão por genocídio e mais 30 anos por outros crimes contra a humanidade.
Presente na audiência, Ríos Montt reagiu com aparente indiferença ao anúncio. A juíza também determinou a revogação da prisão domiciliar do réu e seu ingresso em um presídio.
Durante o julgamento, o militar negou os fatos: "eu me declaro inocente, nunca tive a intenção, o propósito de destruir nenhuma etnia nacional (...). Não sou genocida".
O genocídio é o crime mais grave reconhecido pelo Direito Internacional, mas, ainda assim, um dos mais difíceis de provar.
O de Ruanda (1994), a matança de Srebrenica em 1995, durante a guerra da Iugoslávia, e as atrocidades do regime khmer do Camboja (1975-1979) se traduziram em julgamentos para alguns dos envolvidos, mas não em condenações às autoridades máximas desses países.