Trump e Putin: um dos diretores da CIA chamou a postura do presidente americano em coletiva com líder russo de "traição" (Lehtikuva/Antti Aimo-Koivisto/Reuters)
EFE
Publicado em 16 de julho de 2018 às 16h42.
Washington- Dois ex-diretores da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) criticaram nesta segunda-feira o presidente Donald Trump por colocar em dúvida a confiabilidade dos seus serviços de inteligência depois de se reunir em Helsinque com seu homólogo da Rússia, Vladimir Putin.
"A atuação de Donald Trump durante a entrevista coletiva alcança e supera o patamar dos 'crimes e delitos graves'. Não foi nada menos que uma traição", afirmou através das redes sociais John Brennan, que esteve à frente da agência de espionagem entre 2013 e 2017.
Brennan qualificou os comentários de Trump de "imbecilidades" e acusou o presidente americano de "estar inteiramente no bolso" de Putin.
"Patriotas republicanos: Onde vocês estão?!", concluiu o ex-diretor da CIA.
Quem também mostrou seu descontentamento com as declarações de Trump foi o general Michael Hayden, que foi diretor da Agência de Segurança Nacional (NSA) e da CIA e que, da mesma forma que Brennan, utilizou sua conta do Twitter.
Hayden não atacou diretamente Trump, mas comentou tweets de outros usuários comentando a entrevista coletiva.
Em uma das suas mensagens, Hayden respaldou o jornalista da "NBC" Chuck Todd, que criticou Trump por querer "jogar com ambos lados" e denunciou que o presidente "acredita mais em Putin" que nas instituições dos EUA, diante do que o ex-diretor da CIA respondeu com um lacônico "sim".
Durante a entrevista coletiva conjunta dos dois presidentes, Trump pôs em dúvida as conclusões das principais agências de espionagem americanas que, há meses, dizem que têm provas de que o Kremlin tentou intervir nas eleições presidenciais de 2016.
Diante das perguntas dos jornalistas sobre o assunto, o presidente dos EUA reconheceu que seus serviços de inteligência lhe transmitiram estas suspeitas mas, segundo disse, não vê "nenhuma razão" pela qual Moscou poderia estar interessada em fazê-lo.
"O presidente Putin foi extremamente forte e contundente na sua negativa disso hoje", ressaltou Trump.