Stephenson apresentou em julho sua renúncia pelos vínculos com um jornalista do tabloide News of The World, envolvido no escândalo dos grampos telefônicos do tabloide (Dan Kitwood/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2011 às 13h52.
Londres - A Comissão Independente de Queixas Policiais (IPCC) britânica inocentou nesta quarta-feira o ex-chefe da Scotland Yard (Polícia Metropolitana de Londres) Paul Stephenson de ter incorrido em más práticas durante a investigação de escutas ilegais do jornal News of the World.
A IPCC não encontrou evidência de que Stephenson cometeu atos delitivos durante a investigação policial do escândalo, fechada em 2007 com a detenção de duas pessoas.
Em 17 de julho, Stephenson apresentou sua renúncia pelos vínculos com um jornalista do tabloide de Rupert Murdoch que foi posteriormente detido na investigação dos grampos telefônicos do tabloide depois da publicação de que não pagou a conta de uma cara estadia em um balneário.
Stephenson, que na sua renúncia disse fazer para manter sua "dignidade", havia sido criticado por contratar Neil Wallis, ex-subdiretor do tablóide sensacionalista como consultor da Polícia, na época em que a Scotland Yard não chegou a fundo na investigação dos subornos e grampos telefônicos do "News of the World".
Diante da conclusão atingida pela IPCC, Stephenson declarou que este resultado era "esperado" e lamenta o custo gerado aos cofres públicos.
A IPCC eximiu nesta quarta-feira outros ex-altos comandantes da corporação, o ex-subcomissário-chefe John Yates, Andy Hayman e Peter Clarke, de terem incorrido em más práticas durante a investigação dos grampos telefônicos do dominical para obter exclusivas.
Uma investigação independente vai estudar se Yates, que renunciou um dia depois de seu chefe, garantiu um posto de trabalho dentro da Scotland Yard para a filha do jornalista Neil Wallis, como foi denunciado.
O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, foi obrigado nesta quarta-feira a responder sobre o caso das escutas depois que novas provas divulgadas na véspera apontassem a que essa prática foi consentida pelo ex-diretor de comunicações e ex-diretor do tablóide Andy Coulson.
Cameron reiterou em uma visita ao condado de Cheshire que teria adotado "decisões diferentes" se soubesse o que sabe agora com relação à nomeação de Coulson.
"O que é importante lembrar é que Andy Coulson já não trabalha para o Governo e, certamente, quando trabalhava para o Governo ninguém reclamou do trabalho que realizava", assinalou o primeiro-ministro.