Stephenson: 'estou me referindo a um número reduzido de policiais, que em algumas ocasiões recorriam à fofoca ou transmitiam histórias da própria Met' (Dan Kitwood/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2012 às 13h26.
Londres - Paul Stephenson, ex-chefe da polícia de Londres, afirmou nesta segunda-feira que um 'número reduzido' de oficiais vazavam informações à imprensa sobre as atividades policiais, um fato que provocou sua renúncia e se tornou público após os casos das escutas telefônicas do tablóide 'News of the World'.
Diante do juiz Brian Leveson, que está a cargo da investigação sobre a ética jornalística e a relação entre a Polícia e a imprensa, o ex-responsável pela Polícia Metropolitana de Londres (conhecida como Met ou Scotland Yard) afirmou que as informações passadas eram 'pouco úteis', mas chegou a causar problemas entre os máximos responsáveis da força.
Stephenson reconheceu que os contatos entre seus colegas e os jornalistas eram 'mais estreitos' do que ele imaginava, mas negou a citar os nomes dos agentes que passavam informações à imprensa.
'Estou me referindo a um número reduzido de policiais, que em algumas ocasiões recorriam à fofoca ou transmitiam histórias da própria Met', acrescentou.
O antigo chefe policial admitiu que só começou a se preocupar com a situação depois que detalhes de algumas reuniões confidenciais dos responsáveis da Polícia apareceram nos jornais.
Stephenson renunciou ao cargo em julho de 2011, quando a imprensa revelou que o mesmo tinha contratado Neil Wallis, ex-diretor executivo do 'News of the World', como assessor de relações públicas, além de ter aceitado uma estadia de graça em um luxuoso spa.
O 'News of the World' foi o pivô central de uma grande polêmica em 2011, quando foi revelado que o tablóide grampeava os celulares de ricos e famosos, além de vítimas de terrorismo e integrantes das forças armadas.
A Polícia de Londres continua investigando o caso dos 'grampos' ilegais do tablóide dominical, que foi fechado em julho 2011, e também os supostos subornos de policiais para obter notícias exclusivas.
Depois que esta conduta se tornou pública, dezenas de empregados do 'News of the World' foram presos por causa das escutas, assim como 11 jornalistas do 'The Sun', também de Rupert Murdoch, foram presos por subornarem policiais.