Dólares (Karen Bleier/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2011 às 18h32.
Nova York.- Um ex-aluno da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, doou US$ 350 milhões para a instituição com intenção de impulsionar o projeto de um novo campus na cidade de Nova York, o qual será dedicado à pesquisa tecnológica.
A conhecida universidade tornou pública essa doação há poucos dias, porém, a identidade do doador não havia sido revelada até agora. Mas, trata-se do filantropo Charles Feeney, um antigo aluno de Cornell.
A quantia doada para a Universidade de Cornell, um recorde para a instituição, será usada para criação de um campus especializado em tecnologia de ponta, o qual contará com parceria do Instituto de Tecnologia Technion-Israel e será construído na ilha de Roosevelt.
"Trata-se de uma oportunidade única para que a Universidade de Cornell e o Instituto de Tecnologia Technion-Israel, junto à cidade de Nova York, acham uma oportunidade econômica e educativa de qualidade transformadora", assegura Feeney em mensagem uma mensagem publicada nesta terça-feira na página de sua entidade filantrópica, Atlantic Philantropies.
Aos 80 anos, Feeney preside a entidade que é reconhecida por suas doações aos projetos educativos e de pesquisa médica em diferentes pontos do mundo, incluindo a Universidade de Cornell, que, em 2007, afirmou que seu ex-aluno tinha destinado cerca de US$ 600 milhões ao longo dos anos.
Feeney se formou em Cornell no ano de 1956 depois de estudar no principal campus da instituição, situado em Ithaca (Nova York). O ex-aluno fez fortuna à frente da Duty Free Shoppers Group, empresa responsável pela rede de lojas de artigos de luxo livres de impostos que opera em diferentes aeroportos de todo o mundo.
Segundo a edição desta terça-feira do jornal "The New York Times", Feeney é célebre por não seguir o comportamento comum dos filantropos, já que prefere voar na classe econômica, não possui uma casa e automóvel de luxo e, inclusive, usa um relógio avaliado em apenas US$ 15.
A nova doação de Feeney para Cornell ajudou a universidade a desenvolver um projeto com o qual Nova York espera concorrer com a região do Vale do Silício na Califórnia e com o Massachusetts Institute of Technology (MIT). A Universidade de Stanford, a Universidade de Colúmbia e a Universidade de Nova York, entre outras, também estavam na disputa.
Com uma associação com o Instituto de Tecnologia Technion-Israel, com sede na cidade israelense de Haifa, a Universidade de Cornell se impôs sobre as concorrentes e deverá assumir o projeto do chamado NYCTech Campus, que visa tornar Nova York em uma referencia da pesquisa tecnológica e situá-la no mapa empresarial nesse campo.
A ideia é criar "um viveiro de inovação e descobrimento, que atraia e nutra o tipo de talento técnico que fomente novas empresas, crie novos empregos e propulse a economia da cidade até novas fronteiras", assinalou o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, ao anunciar o ganhador do projeto.
Ambas as instituições deverão investir mais de US$ 2 bilhões na construção do novo campus na ilha Roosevelt, o qual terá mais de 195 mil metros quadrados e abrigará mais de 2,5 mil estudantes de programas de mestrado e doutorado centrados em tecnologia.
A cidade de Nova York acompanhará a iniciativa com a criação de um fundo avaliado em US$ 150 milhões, que deverá ser utilizado para financiar a criação de novas empresas tecnológicas pelos alunos do campus.
As autoridades calculam que deste novo campus possa surgir aproximadamente 600 companhias nos próximos 30 anos, empresas que poderiam criar até 30 mil postos de trabalho fixos e uma atividade econômica de mais de US$ 23 bilhões no mesmo espaço de tempo.