Trump: ex-presidente dos EUA está sendo julgado em Nova York (AFP/AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 13 de maio de 2024 às 12h51.
Última atualização em 13 de maio de 2024 às 13h31.
Cohen, testemunha mais importante da acusação, compareceu a um tribunal de Nova York para depor sobre o suposto pagamento de US$ 130 mil (cerca de R$ 668,5 mil na cotação atual) feito do seu próprio bolso à ex-atriz pornô Stormy Daniels e que teria sido devolvido sob o disfarce de despesas legais, quando Trump já era presidente. Daniels, também figura-chave no processo, testemunhou semana passada.
Apelidado "pitbull" pela forma como defendia seu ex-chefe, Cohen foi questionado na audiência desta segunda pela promotora Susan Hoffinger se ele já havia mentido por Trump ou intimidado pessoas.
"Sim... Era o que tinha de ser feito para que o trabalho fosse realizado", admitiu, virando-se de vez em quando para olhar para o republicano, impassível no seu banco.
O ex-advogado já se declarou culpado e foi condenado a três anos de prisão — cumpriu apenas 13 meses e um ano e meio de prisão domiciliar — por mentir ao Congresso e por crimes financeiros e eleitorais.
Em uma semana difícil para Trump, de 77 anos, que aspira voltar à Casa Branca nas eleições de novembro, Daniels contou com detalhes sua suposta noite com o magnata durante um torneio de golfe para ricos: desde seu pijama, suas roupas íntimas, a posição sexual e que não possuía preservativo. Detalhes que a defesa considerou irrelevantes para o caso e pelos quais pediu ao juiz Juan Merchan a anulação do julgamento por duas vezes, sem sucesso.
Ao longo de três semanas, o júri que selará o destino do magnata em plena campanha eleitoral ouviu várias declarações de que Cohen era uma pessoa difícil, que intimidava, persuadia os outros para conseguir o que queria. Para os advogados da defesa, ele é um mentiroso patológico e um criminoso convicto.
Uma fonte próxima ao advogado disse à AFP que "tudo o que disse está respaldado por documentos". Se a semana passada foi complicada para o magnata, proibido pelo juiz Merchan de falar com as testemunhas em público, a semana que começa pode ser pior com o depoimento de Cohen, uma de duas últimas testemunhas que a acusação pretende chamar.
Sua relação se desgastou após o acordo secreto com Daniels tornar-se público em 2018. O magnata chamou Cohen de "rato", que chamou o republicano de "chefão da máfia".
Trump, que ao chegar ao tribunal repetiu que é vítima de uma "caça às bruxas" e de "interferência eleitoral", discursou no sábado em um comício em Nova Jersey e voltou a criticar o juiz, assim como o promotor do tribunal de Manhattan, Alvin Bragg, que classificou como "democrata radical".
Além do caso de Nova York, Trump foi acusado em Washington e na Geórgia de tentar reverter o resultado da eleição de 2020 e de levar documentos confidenciais ao deixar a Casa Branca em 2021, embora este julgamento tenha sido adiado e não tenha data prevista.