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Evo Morales diz que Cuba dobrou Estados Unidos

Morales, que é aliado de Cuba, se declarou "surpreso" com o restabelecimento das relações diplomáticas entre Havana e Washington após 53 anos


	Evo Morales: "o mundo inteiro isolou os Estados Unidos porque nas diferentes votações sobre o bloqueio econômico, estava todo mundo com Cuba, exceto Israel e uma ilha por aí"
 (David Mercado/Reuters)

Evo Morales: "o mundo inteiro isolou os Estados Unidos porque nas diferentes votações sobre o bloqueio econômico, estava todo mundo com Cuba, exceto Israel e uma ilha por aí" (David Mercado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 13h37.

La Paz - O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta quinta-feira que Cuba dobrou os Estados Unidos, após o anúncio dos países de que restabelecerão suas relações diplomáticas e atribuiu a decisão à "perseverança e a unidade" do povo cubano e o apoio internacional que a ilha tem.

Em um ato para tomar juramento à nova cúpula militar boliviana, Morales disse que 17 de dezembro será lembrado pela humanidade como o dia em que Cuba "dobrou os Estados Unidos graças à unidade do mundo inteiro".

Morales, que é aliado de Cuba, se declarou "surpreso" com o restabelecimento das relações diplomáticas entre Havana e Washington após 53 anos. Para ele os Estados Unidos se viram "obrigado a fazê-lo porque estavam isolados".

"Se havia um bloqueio dos Estados Unidos a Cuba, o mundo inteiro isolou os Estados Unidos porque nas diferentes votações sobre o bloqueio econômico, estava todo mundo com Cuba, exceto Israel e uma ilha por aí. Três ou dois países acompanharam os Estados Unidos e todos com Cuba", sustentou.

Estados Unidos e Cuba, que não têm relações diplomáticas desde 1961, anunciaram na quarta-feira o início de um processo de diálogo para normalizar seus laços.

Previamente Cuba pôs em liberdade o prestador de serviços americano Alan Gross, que trabalhava para a agência de cooperação dos EUA e que havia sido condenado a 15 anos de prisão por atividades subversivas.

Em paralelo, os EUA deixaram em liberdade os três agentes cubanos do grupo de "Os Cinco" condenados em 2001 por espionagem que ainda estavam presos.

De acordo com Morales, a normalização das relações diplomáticas "não é concessão de ninguém, mas a consequência da luta e da unidade do povo cubano e dos povos do mundo".

Ainda, a decisão divulgada ontem é, para Morales, resultado da "luta" do líder cubano Fidel Castro e de seu irmão Raúl, atual presidente de Cuba.

"Que importante foi a perseverança, a unidade, que é preciso nunca claudicar com base em nossos princípios. Cuba demonstrou isso, essa resistência sem se dobrar ao império tem seus resultados", acrescentou.

Morales indicou que certamente levará um tempo para acabar com "esse bloqueio econômico que causa tanto prejuízo ao povo cubano" e previu que quando isso acontecer, "Cuba vai ser modelo de nação, modelo de povo, modelo de Estado".

O chanceler boliviano, David Choquehuanca, revelou há poucos dias que trabalha para organizar uma reunião entre Morales e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com o propósito de melhorar a relação entre os países, atualmente mantida em nível de encarregados de negócios desde que em 2008 os governos expulsaram os embaixadores do outro país.

No entanto, Morales sempre sustentou que seu país está melhor econômica e políticamente sem a presença de um embaixador americano em La Paz.

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