A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, da Argentina, Cristina Kirchner, o presidente da Bolívia, Evo Morales, e do Suriname, Desi Bouterse: a Constituição promulgada por Morales em 2009 declara que a Bolívia é um Estado independente da religião. (Luca Zennaro / Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2013 às 17h52.
La Paz - O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta segunda-feira que ficou surpreso porque o papa Francisco lhe expressou sua admiração e lhe abençoou durante o encontro do pontífice com os líderes que assistiram no domingo sua missa no Brasil.
"Ontem nesse contato breve que tivemos, não publicamente, embora alguns meios de comunicação tenham acompanhado, o papa me disse: "Evo, minha admiração, te acompanho com bênçãos, bênçãos". Três vezes repetiu o termo benção. Me surpreendeu de verdade", relatou hoje o presidente boliviano em discurso.
Morales acrescentou que Francisco é uma pessoa "muito simples" e que gostou de sua mensagem que "é preciso servir ao povo sem medo".
O governante assistiu à missa no Rio de Janeiro convidado pela presidente Dilma Rousseff, junto com os líderes da Argentina, Cristina Kirchner, e do Suriname, Desire Bouterse.
Também comentou que se a Igreja Católica abraçar a Teologia da Libertação, seu governo acompanhará esse processo que, segundo sua opinião, "é um princípio religioso de libertação dos povos".
Morales declarou que concorda também com o papa que "o cristão deve ser um revolucionário" e considerou que "Jesus Cristo foi o primeiro socialista do mundo que deu sua vida pelos demais".
Desde que chegou ao poder, Morales teve vários enfrentamentos com a hierarquia da Igreja Católica, à qual acusou de atuar politicamente contra si porque a cúpula eclesiástica fez algumas críticas contra seu governo.
A Constituição promulgada por Morales em 2009 declara que a Bolívia é um Estado independente da religião e garante a liberdade de todas as crenças.