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Evidências em caso de Pistorius constrangem polícia

Veio à tona que um relógio caro desapareceu da cena do crime e que um especialista em balística manuseou a arma do atleta sem luvas


	Oscar Pistorius em tribunal da África do Sul: primeiro policial a chegar à casa de Pistorius na propriedade de luxo em Pretória, expressou sua raiva com os equívocos forenses, mas teve seu próprio trabalho questionado
 (Stephane de Sakutin/AFP)

Oscar Pistorius em tribunal da África do Sul: primeiro policial a chegar à casa de Pistorius na propriedade de luxo em Pretória, expressou sua raiva com os equívocos forenses, mas teve seu próprio trabalho questionado (Stephane de Sakutin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2014 às 15h02.

Pretória - A polícia sul-africana passou por um novo constrangimento no julgamento de Oscar Pistorius nesta sexta-feira, quando veio à tona que um relógio caro desapareceu da cena do crime e que um especialista em balística manuseou a arma do atleta sem luvas.

O atleta olímpico e paralímpico, conhecido como "Blade Runner" por correr com próteses, nega o assassinato premeditado de sua namorada, Reeva Steenkamp, em fevereiro do ano passado, alegando que disparou contra ela acidentalmente depois de confundi-la com um invasor.

No décimo dia do julgamento, o coronel Schoombie Van Rensburg, primeiro policial a chegar à casa de Pistorius na propriedade de luxo em Pretória, expressou sua raiva com os equívocos forenses, mas teve seu próprio trabalho questionado pela defesa.

Van Rensburg disse que o relógio desaparecido era um dos oito encontrados na casa.

"Eu disse a toda a equipe forense que esses relógios são uma grande preocupação minha", declarou ao tribunal. "Então um dos especialistas mencionou que este relógio em particular, verde e preto, está avaliado entre 50 e 100 mil rands (4.650 a 9.300 dólares).

"Desci à garagem, e um dos policiais chegou e mencionou que um dos relógios tinha sumido. Eu disse: ‘O que você quer dizer? Não acredito. Estávamos lá agora mesmo'".

Ele disse que todos na casa, incluindo os policiais presentes, foram revistados, assim como seus carros, mas o relógio tinha desaparecido.


Em outro exemplo de trabalho policial mal feito, Van Rensburg descreveu como um especialista em balística segurou a arma de Pistorius nas mãos sem usar luvas. "Fiquei muito bravo, não fiquei muito satisfeito com o que vi", disse.

Isso pode não influir no caso, já que não se discute que Pistorius fez os disparos fatais. Mas a credibilidade da investigação como um todo ainda pode se mostrar crucial para o desfecho de um julgamento que mobiliza a África do Sul e ainda deve durar várias semanas.

Dias após o assassinato de Steenkamp, foi revelado que Hilton Botha, o detetive que investigava o caso inicialmente, estava enfrentando acusações de tentativa de assassinato por disparar em um micro-ônibus cheio de passageiros.

Ridicularizado pela maneira descuidada como conduziu a investigação inicial, ele foi tirado do caso e pediu demissão da corporação. Van Rensburg também deixou o cargo desde então, mas continua sendo uma testemunha-chave.

Se declarado culpado de assassinato premeditado, Pistorius enfrentará pelo menos 25 anos de prisão. O atleta diz ter tido a certeza de que atirava contra um invasor quando disparou quatro vezes através da porta trancada do banheiro, três dos quais atingiram Steenkamp.

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