Zoellick acredita que a demora na recuperação da UE e dos EUA pode prejudicar os emergentes (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2011 às 13h40.
Nova York - O presidente do Banco Mundial (BM), Robert Zoellick, considerou que os países da Eurozona não devem contar em excesso com os emergentes para ajudá-los a superar sua crise da dívida, em uma entrevista ao jornal The Wall Street Journal desta segunda-feira.
"Não há soluções milagrosas", disse ao jornal. "Ninguém virá com uma mala de dinheiro para resolver o problema", disse Zoellick, depois de o ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, ter anunciado que os membros dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se reunirão nesta semana em Washington para discutir como podem ajudar a Europa.
Para explicar sua prudência, Zoellick disse que a crise da dívida da Eurozona e a lenta recuperação dos Estados Unidos começavam a pesar sobre a economia mundial, e, em particular, sobre as economias emergentes.
Se o crescimento destas nações "cair muito, vão começar a ter problemas na concessão de crédito", advertiu. "Devem (também) começar a antecipar, em função do que ocorre na Europa, uma possível queda significativa da demanda e da confiança", acrescentou.
Para o líder do BM, "a primeira coisa que os países emergentes devem fazer é manter o crescimento. Segundo ele, há um equilíbrio sutil (a ser encontrado) entre reaquecimento e crescimento".
Ele pediu que os emergentes cheguem a um acordo sobre a liberalização dos intercâmbios comerciais concluindo a rodada de Doha na Organização Mundial de Comércio e investindo em infraestrutura.
"Também devem manter as reformas que estão realizando, já que apenas a austeridade não é suficiente", disse.