Notas de euro: bloco quer dar garantias que a moeda única não vai acabar (Stock.XCHNG/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2011 às 16h48.
Bruxelas - Ao mesmo tempo em que a Eurozona insiste numa maior união entre os países que adotam a moeda comum, líderes do bloco já cogitam também a possibilidade de uma fragmentação através da saída de algum de seus membros.
A necessidade de mudança, dizem especialistas, vem principalmente da crescente pressão dos mercados e de toda a comunidade internacional para a apresentação prática de uma solução à crise da dívida.
Entre as opções está a adoção do novo Pacto de Estabilidade, impulsionado pelo eixo franco-alemão, que aceleraria o processo de integração e daria aos mais críticos um sinal de maior comprometimento da União Europeia (UE) com sua moeda comum.
"Caso algum dos países não queira participar, nós respeitaremos", disse uma fonte europeia.
Segundo um jornal alemão, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, esperam que esse novo pacto se restrinja a um "clube de supereuropeus" de países comprometidos com a disciplina fiscal.
Berlim acredita que será mais fácil aprovar as mudanças necessárias nos tratados europeus entre um número mais reduzido de membros da UE e França, o que daria uma maior disciplina fiscal ao grupo e uma maior confiança ao BCE para intervir nos mercados.
A Comissão Europeia, no entanto, rejeita veementemente a ideia.
"Como a meta é proteger a estabilidade da Eurozona, é óbvio que uma fragmentação não serve", disse o porta-voz comunitário, Amadeu Altafaj.
Em uma mensagem a seus clientes, o banco suíço UBS estimou que para uma economia frágil, o custo da saída do euro seria entre 9.500 e 11.500 euros por pessoa no primeiro ano. Para um país como a Alemanha, seria entre 6.000 e 8.000 euros.
A agência de classificação Moody's afirmou que a ausência de uma resolução da crise põe a Eurozona à beira da escolha entre uma integração mais ambiciosa ou "uma maior fragmentação".
"Uma Eurozona mais reduzida, sem os gregos e talvez outros, seria mais sustentável e menos dolorosa, mas poderia provocar um tsunami de pânico que poderia desencadear uma quebra do euro, uma recessão profunda e uma perda da influência europeia no mundo", advertiu Mark Leonard, do European Council of Foreign Relations.