Mundo

Europeus assinam acordo para punir viagens de jihadistas

O protocolo foi criado diante do crescente número de pessoas que viajam para regiões de conflito - como Síria e Iraque - para combater junto aos jihadistas


	Estado Islâmico: a conferência reúne especialistas de governos e legisladores responsáveis pela prevenção e pela luta contra o terrorismo
 (AFP)

Estado Islâmico: a conferência reúne especialistas de governos e legisladores responsáveis pela prevenção e pela luta contra o terrorismo (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2015 às 08h03.

Berlim - Foi assinado nesta quinta-feira em Riga por 17 dos 47 Estados-membros do Conselho da Europa o Protocolo adicional ao Convênio para a Prevenção do Terrorismo, para coordenar uma resposta penal aos denominados "combatentes terroristas estrangeiros".

O protocolo foi elaborado diante do crescente número de pessoas que viajam para regiões de conflito - especialmente Síria e Iraque - para combater nas fileiras de organizações jihadistas como o Estado Islâmico (EI) e que retornam aos seus países de origem, alguns com intenção de cometer atentados terroristas.

Entre os signatários deste anexo, que constitui "um enfoque pan-europeu na luta global contra o terrorismo", como disse o secretário-geral do Conselho da Europa, Thorbjørn Jagland, também está a União Europeia, que na mesma cerimônia assinou seu próprio Convênio para a Prevenção do Terrorismo.

O objetivo é harmonizar a legislação na Europa e facilitar a cooperação entre estados, assinalou o Conselho da Europa.

Assim, este anexo ao convênio em vigor desde julho de 2007 tipifica como crime, por exemplo, a participação em uma associação ou grupo com fins terroristas, receber treinamento, viajar para o exterior com fins terroristas e financiar ou organizar mudanças com este propósito.

O protocolo é um marco legal vinculativo para a implementação da resolução 2178 do Conselho de Segurança das Nações Unidas do 24 de setembro de 2014, centrada nas atividades dos "combatentes terroristas estrangeiros", e inclui a criação de um mecanismo para a troca de informação 24 horas.

O documento, que ficou aberto para a assinatura dos outros países-membros, inclui "medidas legais sólidas para lutar contra o terrorismo", ressaltou o presidente do comitê de ministros do Conselho da Europa, o titular de Relações Exteriores bósnio, Igor Crnadak.

O ministro, que fez referência ao "crescente fenômeno dos 'combatentes terroristas estrangeiros'", ressaltou o "trágico impacto" que os atentados registrados este ano tiveram na sociedade, e citou os de Paris, de Copenhague e de Ancara, e também o ataque na cidade bósnia de Zvornik.

Ele ainda destacou a importância do respeito aos direitos humanos também na luta contra o terrorismo.

Já Edgars Rinkevics, ministro de Relações Exteriores da Letônia, país anfitrião da conferência internacional, qualificou o texto, que será chamado de "Protocolo de Riga", de "marco na luta contra o terrorismo".

A conferência reúne especialistas de governos e legisladores responsáveis pela prevenção e pela luta contra o terrorismo, assim como a representantes de organizações internacionais e acadêmicos que discutiram os benefícios deste Protocolo Adicional e o desafio que os "combatentes terroristas estrangeiros" representam para a Europa.

Acompanhe tudo sobre:Estado IslâmicoEuropaIslamismoTerrorismo

Mais de Mundo

Terremoto de magnitude 6.0 atinge Taiwan

Trump 2.0: as prioridades da nova gestão do republicano como presidente dos EUA

"Era de ouro dos EUA começa agora", diz Trump na posse de seu segundo mandato como presidente

Governo mexicano rechaça decisão de Trump de recriar programa “Fique no México”