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Europa deve se adaptar a secas e enchentes, alertam pesquisadores

Para os especialistas, as cidades precisam se preparar para ondas de calor consideravelmente piores, a intensificação de secas e mais enchentes de rios

Clima: as temperaturas globais já estão um grau Celsius acima dos níveis pré-industriais, e devem chegar a 3 graus ou mais neste século (Matt Cardy/Getty Images)

Clima: as temperaturas globais já estão um grau Celsius acima dos níveis pré-industriais, e devem chegar a 3 graus ou mais neste século (Matt Cardy/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 10h55.

Roma - As cidades europeias podem enfrentar ondas de calor consideravelmente piores, a intensificação de secas e mais enchentes de rios na segunda metade do século se as temperaturas globais continuarem a aumentar - algo para o qual precisam começar a se preparar agora, alertaram pesquisadores nesta quarta-feira.

As temperaturas globais já estão um grau Celsius acima dos níveis pré-industriais, e devem chegar a 3 graus ou mais neste século a menos que as emissões sejam contidas rapidamente, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

Se esta elevação ocorrer, cidades do centro da Europa testemunharão o maior aumento de temperaturas durante ondas de calor - variando entre 2 e 14 graus Celsius, dependendo do aumento das temperaturas globais -, disseram pesquisadores da Universidade de Newcastle, no Reino Unido.

Mas os pesquisadores, que estudaram o impacto de uma elevação das temperaturas mundiais situada entre 2,6 e 4,8 graus Celsius, disseram que cidades do sul europeu terão os maiores aumentos no número de dias de ondas de calor.

As secas também vão se tornar mais longas e mais áridas e, no pior cenário, chegarão ao norte da Europa, disseram.

"Já estamos começando a ver um aumento das ondas de calor e das secas e enchentes, então as cidades precisam começar a pensar em se adaptar agora, ou até ontem", afirmou Selma Guerreiro, principal autora de um estudo publicado no periódico científico Environmental Research Letters.

No ano passado, grande parte do sul europeu teve secas prolongadas, que provocaram incêndios florestais generalizados e dizimaram lavouras. Roma desligou suas fontes públicas e por pouco não teve que racionar o suprimento de água residencial.

O Reino Unido e a Alemanha sofreram enchentes graves nos últimos anos, e Paris foi forçada a retirar 1.500 pessoas quando o Sena transbordou no mês passado.

"Existem muitos eventos climáticos extremos nos atingindo", disse o coautor Richard Dawson.

A seca que ameaça atualmente os suprimentos de água da sul-africana Cidade do Cabo é um exemplo contundente de como as cidades precisam se adaptar muito antes de uma seca ou enchente ocorrer.

Quando uma seca chega e a água começa a acabar, pode ser tarde demais para construir outro reservatório ou usina de dessalinização, disse Dawson, e ondas de calor e enchentes criam problemas semelhantes.

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